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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Sempre


Então eu me vejo sangrar
E respeito esta condição
Não deveria, mas como explicar?
Dizendo coisas tão obvias
Isto é quase um desabafo
Poesias? Não te traduzem...
Não me aquecem, não resolvem
Eu só poderia sentir o obvio mesmo
Mas nem somos tanto para podermos ter
O que nós matamos no final? Nada...
Eu não deveria, eu posso?
Te amaria mesmo não te amando
Amaria mesmo esquecendo, morrendo ou vivendo
Falar de dor, amor ou escuridão, sangue ou noite
Neste momento já não faz sentido
Era fácil, agora já não mais, falar?
Agora só basta ser claro, realizar meu ultimo desejo, os últimos..
Não é tão difícíl, podemos ser mais do que somos para não ser
Poderia estar na sua cama, dando tudo a ela
Poderíamos dizer tudo um ao outro
Nunca diremos tudo, ou faríamos tudo, ou seriamos tudo
Só sei do que sabemos e no final, não sabemos nada, sei..
Então do que precisamos?
Ainda temos, e é algo que não podemos doar, vender, apagar...
Apagar? O que esta cravado como estaca no peito do vampiro
De tão claro me ceguei
De tão escuro que estive nem forcei pra ver
Sempre o amor, um pouco de dor, um gole um pedaço
Vou me recriar pra te tomar, te roubar, me esquecer
Te amar enfim pra não mais ser assim

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Final Sem Fim



Sou aquele que você esconde embaixo do seu travesseiro de pregos
Entre a cama e o colchão a dúvida e um pesadelo, desatinos,
Entre os cabelos a perca da memória, drogada, dopada,
Entre a faca a carne, teu desejo realizado,
Dentro do sangue um rio fétido, coagulado.

Para não ser mais o que basta do que não acabou
Agradeço a culpa imposta,
Faço-me meu melhor inimigo
Eu era aquele, sou todos aqueles que ela quiser,
Enfim não fui mais.

Me pendure pra secar enquanto adormeço, na mira do teu sol
Que não se apaga, só se esconde e se esconde,
Sendo assim fecho a porta, apago a luz e me despeço.

Ele responde: - Ela conseguiu?
Perdendo-me dentro de todos aqueles outros de mim,
Com uma voz embargada e rouca inclino meu corpo e me amarro,
Para não mais ser, nem dizer qualquer espasmo sobre o sentir,
Acho que realmente não precisava, mas naquele tiro certeiro derrubou a fio,
Sem declamar nenhuma parte de tua doença nos olhos, rastejei,
Como uma cobra acuada quase em decomposição, alimentei-me
Da minha própria especie.

Ele responde: - Novamente?
Encontrando-a fora de todas aquelas outras de mim,
Com uma voz, suave e taciturna, condenou a todos dentro de mim,
Minha face meio escondida após o julgamento
Não escondia nada, a imagem refletida no espelho nem minha era,
Enfim, quase o fim.

Eu esperei e nada, eu não podia rir, chorar ou me calar,
Não havia resposta e eu era a piada naquele único botão que não funcionava.
Converse sem falar, desligue-se, diga que esqueceu,
Não funciona, nada mais aconteceria.

Desligada permito-me a ti respirar, estive em suas mãos dentro do que quis sempre,
Ninguém podia mais, eu era a troca e eles todos os cegos,
Eles tem, hoje não!
Fui até la eu vi e só podia não poder,
Observei em meio a minha falta de caráter,
Que tudo ali eu havia escondido,
Como um tigre acuado, mastiguei minha cobra,
Fiquei ali, depois fugi atordoado, em um suave desespero,
Assim foi, quem sabe? Sei...
Agora sei!
Então, eles respondem: - Enfim fim.


Cinzas


Serei o que deseja pra me ela poder me  pendurar no alto daquela forca, sim simplesmente não é nada daquilo do que disse e mesmo assim já não sei mais como tentar não entender.
O que ele queria era somente fazer parte dele, ou daquele, mas o tempo foi nos abandonando e te trazendo de volta para aquele outro não tão simples universo carregado de um sentimento que se esconde atrás de cada outro espaço vazio que a gente completa atravessando a pele, cultivando o veneno em cada gota de sangue que corre nas veias alheias, eu disse que não era nada, dissemos ser tudo e então caminhamos, não era de manha, nem tarde muito menos noite ou madrugada, então escolhi a cor do dia, das nuvens e do céu, nada desabou sobre você, uma pena que tive de mim mesmo por não poder mais me suportar, nem ouvir mais aquela indiferença, que me colocava no alto de cada penhasco que nunca consegui alcançar, desentendido e entediado.
Abri a garrafa, dei dois goles o gosto não era o mesmo, a bebida já nem sabia mais qual era, acendi um, dois, vinte cigarros, as cinzas pelo chão pareciam partes de um corpo desconexo conectado ao meu, eu tomava aquelas cinzas como parte do que não aconteceu, eram minhas cinzas, só minhas e de mais ninguém, minha única companhia, alem do copo e o cinzeiro vazio...

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Sem Sangue



Cansei deste inferno quero ver pra onde vai o sangue
Abraçar a cura dos mortos sem alma
Que nunca encontram paz na morte em que vivem
Durma em meus braços, toque minha podridão
Abençoe o corpo leproso, lambendo ferida por ferida
Rasgue o bom senso degolado em cada palavra seca de esperança


Cansei deste inferno quero ver até onde vai o céu
Escurecer o leito em que durmo acordando pra não mais voltar
A Lobotomia diária me faz companhia
No avesso da felicidade penduro minha carne pra secar
Canonizando os ventos que desenham fraturas expostas em meus corpos
Amordaço cada um deles, na minha vitrine de vidas desperdiçadas
Tranco, esqueço a chave, deixo sem sangue, sem ração
Destinos traçados pela vingança de um deus doente
Brigam entre eles dentro de mim

Te trouxe uma doença
Ela não tem cura
Então eu dou o que tive de pior
Eles me pagam em palavras 
Escrevem em minha mente com ferro em brasa
Era uma solução sem solução

Cansei deste caminho quero ver por onde a vida morre
Como apaga - la em um destino
Acendo um cigarro no outro
Vejo as nuvens escuras la fora
Não existe mais o que procurar
Eles me pegaram, arrancaram meus olhos
Cortaram meus braços e quebraram tuas pernas
O fogo não queimava o corpo
Fui atirado para longe
Para o único destino encontrado
Enfim, ele já não existe mais





Aquele Lugar


Esta tudo tão silencioso aqui dentro
E ao mesmo tempo os gritos ecoam
Mas o nunca é a única  parte que enfim não é
Mesmo sendo assim eu realmente quero somente o para sempre
Por aqui nada mudou, mas ainda me pergunto
Mas a única resposta é duvida agora

Esta tudo tão escuro
É dia a chuva la fora me secando por dentro
Aquela voz que fica muda, e muda
Já nem vivo mais, se me perdi
Um dia sim, talvez?
O porque de não tentar mais
Ou somente tentar, aqueles senhores não entendem
Não estão certos, nem errados..
Eu não estive la, não estou
Ela é a única, mas o tempo esta nos abandonando
E chovendo dentro do sol, apagando - me teus olhos

Esta tudo tão cheio de vazio, e a única luz que vejo esta e se apagar
Foram todos os puros devaneios que me fizeram longe
Se eu pedisse ajuda?
Deveríamos perdoar?
O que faremos?
Pergunto a mim a resposta que você não tem
E já não tenho mais a escolha, nem entendo
O que esta claro nesta ultima passagem

O que vale mais a dor ou a divida?
A duvida ou a escolha?
Se pra ter paz é preciso perder, eu perco
Das respostas que nunca tive
Sempre soube as perguntas
Das perguntas que não me fez
Sempre soube as respostas
E pra todas que foram feitas
Nunca soubemos responder

Nem sempre o errado erra em acertar
E o errado faz parte da nossa única solução
Entrando através das noites, perco tudo mais facíl 
A única culpa que sinto é por não poder culpar
Nenhum sentido ou sentimento
Nenhuma duvida ou pergunta
Nenhuma dor ou ódio
Nenhuma escolha ou decisão
Nenhuma vida ou morte
Nenhum amor ou culpa.


Drama


Seguirei meus passos
Daria a vida para estar aí
Estaremos perto
Próximos à eternidade

Eu sou uma criança, sem sangue
Divertindo -me
Afogado em sua cabeça
Beije-me antes do amanhecer
A noite mata sem perdão

Nossos sonhos estão ficando mais velhos
Nossos pais estão quase mortos
Sem lágrimas distantes do paraíso

Estaremos perto
Próximos à eternidade
Seguindo a velha maneira
Felizes por matar nossos amigos

Beije-me antes do amanhecer
A noite nos matara sem perdão

Fim



Rastejei pra casa que não era minha
Carregando um fardo de desilusão
A poesia da manha era simplesmente nada simples
Meus ouvidos sussurravam tua voz
A voz que não era minha, talvez dele, dela ou delas
Meu único algoz o dono da culpa, aquele cheiro, aquele desejo
Te dei em palavras meu último caminho sem volta
Eu não via mais, não ouvia mais, não sentia mais
A chuva que caia, o detalhe o momento
E todas a dores e amores se foram
E toas as duvida e respostas vieram
Era o dia a noite uma escolha
Uma chance para o fim ou uma passagem para o inicio
Pra onde, eu não saberia, talvez se eu me desse essa chance
As condenações viriam a cair por terra
Para um único dia de vida, perdendo os anos em morte
E se eu não pudesse mais, acho que não posso mesmo
Acho que não devo mesmo, acho que eu deveria
No ultimo segundo, coragem não era mais meu nome
Era um desejo de não desejar mais nada, nem a morte
O fim de uma vida que não era minha
Eu havia roubado tudo de mim mesmo
Pra onde deveria ir toda essa culpa
Eu não me via mais no espelho
Não tinha mais sombra
Sempre fui todos aquele que vocês desejaram
Cansado, machucado demais pra seguir com isso
Pulando pra fora de tudo
Entrando para o vazio completo
O único lugar, a sala dos covardes
Do meu inicio fiz meu fim
Do meu fim teu recomeço


Nada


Ainda sinto o gosto da derrota daquele último gole
Fui um artista do infinito
Sequestrei a maldita poesia
Vindo do caos interno
Bebo a amargura dos ausentes
Cavo em um espelho minha alma perdida
Já recebi meu ultimo pagamento em divida
A única ausência, foi a presença recriada
Engula pra ter o tempo em que não tem tempo
Esqueça o tudo ao todo em paz negra
Durma nesse sangue, vida é morte
Canções não mentem como nós
Para o ultimo delírio da cólera passageira
Escrevo meu tumor no teu peito
Um gole de tinta e vinho nas veias do morto
Caminhe para o sol apagado
Escureça sua única vida
Consuma o segredo, doando o pescoço para o algoz
Vista a mascara, mate sua família
Andando com os cães nas ruas desertas
Comendo o lixo abaixo dos teus pés
Amassei meus olhos e foi só mais uma queda
Sim, meu cérebro é aquele
Aquela coisa ali no chão
Cavo, cavo, cavo
Encontro a raiz, mastigando a equação
Eu nem me conhecia...
Esqueço, esqueço, esqueço
Eu lembro
Fujo, fujo, fujo
Não encontro
Tenho tuas vidas como minhas
Abençoe a morte do egoísta
Se pra ter paz, dar paz
Morte é solução, estive disposto
Tenho tudo que não tenho
E tudo que tenho só eu tenho
Enfim, tenho nada, tenho tudo
Tento tudo pra acabar em nada.

Forca


No agudo da culpa
Na paisagem negra da dor
Vi meu amor partindo
Engolindo as cinzas
Vendi meu caminho
Quebrei um espelho
Em vaidade infinita
Cansei uma culpa

Não era assim
Não foi assim
Eu menti, nós mentimos

Dizendo a verdade
Afogados em egoismo
Sussurro em braile
Esqueço a lingua dos sinais
Arranquei meus olhos
Te dei em mãos
Não eram meus
Não eram teus
Não eram de ninguém
Um erro certo
Um tiro no acaso
Um corpo, uma tumba
Um grito, um paraiso
Uma corda, uma duvida
Uma faca, um caminho
Uma bala, um sentido
Força, a forca

Direção


Eu odeio andar na rua tão cedo, de manhã
Eu preciso caminhar por lugares que eu sei que não vou encontrar-me
Eu vou destruir meus caminhos

Há um buraco na minha cabeça
Eu acho que você entrou por ele
Ensine o seu olhar para mudar de direção

Há um buraco na minha cabeça
Você nunca deveria ter saído
Ensine meus cigarros a mudar de direção

Ter alguém não é suficiente
Quando alguém não tem a si mesmo

Ser alguém não é o suficiente
Quando não se tem a si mesmo

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Pele Deserta


Empreste o prazer que eu te devo
Navegando em veias no verão do deserto
Sei que ainda devo prestar contas
Mesmo sabendo que nunca vou paga-las
Apagar - me em memória de outros
Sempre que venderem ilusão aos mesmos.

Afoga - te neste mar vazio
O circulo dos crucificados
Dando voltas em meu pescoço
Amarrando minhas veias em volta do céu
Assim me fiz incompleto
Desenhei teu rosto no grito alheio
Estuprando a culpa que me move para fora deste caminho
Eu me venci perdendo para aquele outro eu
Derrotei todos aqueles dentro de mim
Entre todos aqueles que nunca se foram, não me escolhi.

Mastiguem minha alma envenenada
Para que todos aqueles vomitem minha pele em segredo
Estou a caminho de recompensar - me
Do jeito que eu achar que devo
Não pagarei pela culpa do destino
No descaso da noite em que me bebo
Me alimento do meu próprio corpo
Agonizando dentro do teu.


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A Culpa Perfeita


E o trago me veio amargo
Cansado do sabor desfeito
Bebi em segredo o afago.
Rasguei-me em seus cabelos
Desfazendo-me em olhos adormecidos
Abracei a faca pendurada em meu peito
Refiz o trajeto de ida
Desenhando o caminho desfeito.

Doente e culpado pela falta de culpa
Não poderia culpar-te em vão
A culpa dos fortes
Define a ausência de morte
Dos fracos abençoados em desejo

Beba-me em goles quentes
No frio de tua alma em deserto
Calo-me em profundidades rasas
Rejeitando a pena a mim não aplicada
Deveria então, sufocar as lagrimas que coagulam?
Ou simplesmente, apertar a mão dos que me odeiam?

Da culpa desenterrei mil abraços
Colhendo em morte a vida recebida
Anoitecendo em braços soturnos
Amanheci vagando a noite
Bebendo a calma no caos de um dilúvio tardio
Abençoado pelo teu Deus em dor
Plantei meu sangue no espelho desta lâmina
Que te envio agora sucumbindo em silêncio
Derramando minha última gota de morte
Pelo caminho nunca percorrido.


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Lua Morta


A escuridão com que eu me encontrei era só o inicio
Não foi assim sempre, só não me lembro como começou
Meus passos relaxavam entre as pedras e as estrelas sem luz
Era a hierarquia dos abandonados pela paz
Sempre nos perdíamos entre os espaços inexistentes
Era culpa da luz, dos iluminados da dor celestial
Deuses sangrando sequestravam nossos filhos
Eles matavam em paz morrendo antes
Nervosos cães pulavam no abismo
Regras passadas para unicórnios cegos
O sol, a vida e a politica dos mortos
Sombras nas arvores testemunhando assassinatos
Prazeres adormecidos em cadáveres sonâmbulos
Cristais de barro em altares purificados
Luas vivas dentro de seres mortos
Tumbas abertas no deserto do coração
Os estúpidos motores que nunca param
Então não existem mais respostas
Para as perguntas que nunca existiram
A duvida não existe teu deus esta morto
Bebendo fogo para aliviar o calor
Cegando olhos cegos
Perdendo sentidos


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Flores de Pedra


Não me traga mais flores
Quero velas de sangue
E sonhos em pó
Litros de alma incolores
Dançando em volta de mim
Respiro este ser pra me perder em círculos
Troco meus olhos por cacos de vidro
Hoje abraçando a escuridão de uma dúvida
Vendendo meu segredo
Adormeço em teu seio
Escute ela, ela sabe o que diz
Sou só um erro no seu passado
Atrapalhando um presente
Roubando um futuro
Agora sim, acordou?
Trate ele como um doente
Assim como todos que não enxergam ele
Desabafe nos ombros, ela sabe o que diz.

Não me traga mais vida
Já nem tenho mais a dele
Sinta pena e troque de liquido
Assim como todos os fracos foi só mais um
Ele é dela ela é dele eles somos nós
Mas assim como só mais um sou meu único erro
Tua única perca de tempo
Escute!
Deixe, abandone sua pena comum é minha condenação
Coordene os fatos fuja, ainda existe o tempo
O presente é a arma da dor futura
Sim ele esta doente receba o com pena
Com a pena e dó dos que sentem
Sem medo tive medo
Já não era dia, noite ou madrugada
Era só o que era e o que eu fui já não servia mais
Ele nunca entende e quem entende?
Posso voar, cair, beber vidro, e comer fogo
Se um dia sonhei, já não mais
Ele não é capaz divida-se, divida-me

Não me traga mais sonhos
Me traga um gole de morte
Um cadáver vivo
E uma cela escura na bandeja
Abençoem meu sangrem na orquestra do adeus
O único limite ele não conheceu
Ele não presta só duvide ele é a morte
A mentira a doença a dor e o perdão
Só um nada menos nada, menor que o nada

Céu de Minha Morte


A última gota do meu sangue você bebeu
Não me deu chances, eu tinha sede
E tua alma sangrava desenhando o céu de minha mente
Eu engolia a fumaça pra provar que morte é  dadiva
Dos que sofrem calados e não sabem como mentir
Sempre procurando uma saída ela estava

Mas promessa é ouro quando se doa em alma
E minha vida era só mais uma
E o amor talvez só um
E minha carne era de pedra
E sonhos só vagam
Mas meus olhos eram únicos e teus
Infinitamente teus
Então me propõe a ir
Fazer parte deste vasto céu de amargura
Meu corpo podre, meu único alimento
Meu sangue impuro a última dadiva a secar

Vendi a nascente de minha alma
Precisava de água, sendo assim
Não há mais como voltar atras
Sim irei até o fim quem sabe no infinito não haja julgamento
Desligando as assinaturas dos meus pensamentos
Esperando um lugar mais escuro pra esconder meus ossos
Iremos até la acenderemos uma vela e mataremos nossos pais
Eles querem ir embora não posso deixar
Mas alma é lixo quando se quebra uma promessa
Amor é vaidade, queime meu coração e me rejeite
Eles não são dignos, meu coração sem olhos
Bebendo sangue da nascente da alma
Procuro enxergar a natureza em olhos de peixes

Mas promessa é ouro quando se doa em alma
Vida era só mais uma
E meu amor só mais um
E minha carne sem sangue
E  sonhos vagam...
Mas meus olhos eram únicos e teus
Infinitamente teus
Então, me propõe a ir?

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Violenta Santidade


Registrou em meus pulsos, ele disse:
- Pulsações desconhecidas.
Mas a  castidade não fazia parte daquele plano
Era roubada a cada minuto, ela não sustentaria mais
A santidade pecava em perversão divina
Em escuridão eterna o mastro de fogo
Afundava em sua carne fria e castrada
Cansada dos padres e monges
Relatava seu descaso com gravuras em meu corpo
Atravessando-me a pele com unhas e castiçais em brasa
Cordeiros sangravam sobre a mesa
Em noites regadas de absinto e ópio
Culpando o céu que desabava sobre estes corpos,
Bailavam em segredo as almas santas
E se sufocavam, blasfemando dentro do velho livro sagrado
Beba meu sangue, cuspa minha carne, ela disse:
- Devolva-me os pecados;
- Deus castrou você?
Violenta santidade, sangrando em corpos santos
Absolva estes pecados tanto quanto me deseja
Deus dos homens, senhores das terras do universo
O infiel te deseja em lealdade a ele
Doando tua vida em sacrifício
Fingindo salvar estes insanos pecadores
Demônios santos, tua imagem e semelhança
O espelho também te traiu, me traiu, nos traiu.
No universo que restou a alma vaga dentro do corpo
Já não é mais teu, é dele e nosso
Fugindo da pútrida lembrança,
Castigadas, sangram nos castelos da luxúria santa
Fingindo salvar o universo da própria alma que grita,
Do próprio corpo que queima e deseja mais que a santidade
Tanto o pecado quanto o pecador



Distopia


A versão do sonho real foi desconstruída
Enquanto andava pelos vales sombrios de concreto
Onde nenhuma alma mais vagava
Arrastando suas correntes de mármore
Perdoou-se em paz.
Não era o sofrimento que acalmava o corpo
Era o corpo dirigindo-se ao sofrimento
Com a calma e a pureza de um Deus morto.
E nos víamos em vantajosas curvas,
De um único pensamento
De um único sentimento;
Frustrando e enganando o próprio tormento
Como em um ritual macabro,
Daqueles que cegam os olhos mais puros
Trocava sua alma por cordas e correntes
Era o que podia tentar não ver, mas via e ouvia, sentia
Registrava todos aqueles gritos em seus tímpanos alienados
Mas não estendia a mão, não pronunciava qualquer palavra
Revisitando aquele sangue teve a chance de não mais acertar
Redescobrindo tudo aquilo que já não mais existia
Atravessando seu caminho como se fosse outro

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A Falta


Meu único e último segundo de vida se foi entre todos aqueles minutos que eu não sentia teus mistérios e segredos em frente aos meus olhos desprovidos de cor sem o brilho de tua pele, como a luz que arde, virgem, em meu peito anoitecendo em torno de minhas células, registro tua falta no tempo em cada ponto em que sua imagem atravessa meu pensamento em formas inalteráveis de cores, perfumes e sentimentos.
A nebulosidade ameaçadora da sua falta eu não podia calcular sua presença física sempre foi incalculável, inalterável depois de certo tempo dentro de mim, a falta é como prever cair o peso do universo sobre meu infinito, as palavras fogem a cada instante agora em que eu precisava me dizer, o sol agora é algo que não queima somente escurece e de longe eu vejo e sinto que não posso trazer nenhum sincero sonho para me adormecer agora neste dia tão quente pois sempre ao anoitecer nada do que eu via era simplesmente tudo que eu precisava deter dentro de mim, as veias que estufam e pedem mais sangue pra me dividir em mil partes só tuas, pra me contar mil segredos só teus, divergindo da culpa ataco meu paraíso distribuindo cada célula do meu sangue em mil em partículas de ar imaginando assim atravesso os tempos pra te buscar em cada sonho e pedaço de solidão, arrancando meu coração, tirando e colocando de volta em teu peito respirando você em cada poro da minha pele que você tocou dentro da tua.
A distância é algo que já não mais me apavorava mas me consumia, e não me atraia nem um pouco sentir você em espaços tão curtos de uma vida entrelaçada, em cada dia, em cada vida, em cada pedaço do meu tempo indesejado trocado ferindo o coração com o qual se compara.
Então despenhamos para o alto, extasiados, olhos tornam-se estrelas no mesmo brilho, estelares os corpos que se afastam mas não confundiam-se em nenhum espaço ou tempo recriado pela memória as vezes ausente, não queria mesmo calcular tua falta eu enlouqueceria visualizando este casulo, como em o teatro da crueldade me vi sangrando fora do meu corpo, dentro do teu transportando cada segundo de memória recriada reproduzindo como uma peça surreal de infinita e obscura beleza para meus olhos assistirem enquanto desejamos a inexistência do tempo em que me faço falta, te faço falta, desobedeci os deuses do tempo tive minha pena transfigurada para não sonhar mais em desconhecidos espaços percorridos, traduzo tua falta em delírios repetindo a febre noturna invadindo parte de minha inocência roubada mas ainda reconhecida junto aos meus limites, doarei meus olhos se for preciso só para que te encontrem possivelmente em outro olhar mesmo que não seja o meu no instante de minha ausência corrompida por  aquela indecisa luz celeste.
Digno da tristeza que se vê nos olhos dos que nunca viram o brilho de uma estrela é como traduzo em inúteis palavras tua falta, não encontro nada que eu possa dizer para aliviar a falta, somente sempre lembro a gente sempre quase morre tentando provar o contrario.



Inalterável


Sim! Eu estava la todo aquele tempo
Quando eu precisei dizer a mim mesmo
Algumas simples palavras
Me calei em simples gestos nada generosos
Armei-me em mil pesadelos de formas e maneiras
Inalteráveis e ingênuas que pudesse imaginar
Naquele momento o inicio era o fim
O meio era praticamente nada
Rugindo, enquanto as almas se confiavam.
Assim então a vaga dos instintos presos foi preenchida
Escolhidos sem ter a chance de opinar
Os encontrados figurantes noturnos
Arrancandos do meu crânio por entre as nebulosas
Para prever enxergar todo tempo em meu tempo
Tempo em que a tragédia em cena já não me basta.
Sim! Não desejaria transportá-la para minha vida.
Mas assim se fez, não!
Não desejaria nem ao meu pior amigo
Aquele que em todos os caminhos não encontrou real abrigo
Nem a devida classe para representar tal cena
Difundido na própria derrota, desejando...
Para os únicos amaldiçoados indivíduos encontrados dentro dele
Perdoaram para poderem penetrar por entres os castelos abandonados
Da penumbra e da luxúria se fez companheiro mais infiel
E com uma sede inexplícavel bebeu o sangue de mil homens mortos
Envergando meu crânio para o horizonte dessa guerra
Recebo tudo que eu devo transformando sangue em vinho
Beberam sem duvida alguma cada gota daquele ser
Não! Ninguém vomitou, foi tudo um sonho e do final ninguém se lembra
Nem o padre, muito menos o cadáver da noiva.



quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Não Foi Nada


E no fim do tudo ou do cinzento nada
Nem foi o que realmente disse
Era só uma parte da luz que apartava o sol
Escurecia no brilhar dos olhos no escuro
Entardecia no frio noturno da alma
Cobrindo a nevoa de um pensamento, uma vida
Era cedo demais estava claro demais
Mas muito tarde para representar seu papel
Seu papel mais magnifico
E aquele inalterável e doce prazer esquecido
Já não tinha mais gosto, desgosto ou ardor
Era só mais um singelo e esquecido corpo
Amordaçado de costas
Apreciado por todos aqueles reacionários
Ainda não podia enxergar
Observava as feridas sangrando em paz
Com a calma e deleite de um sado masoquista
Inapropriado para o horário revelado
Seu olhar foi traído e tirado de circulação
E de toda a paz que almejou por um mero detalhe
Aquele único e simples mero detalhe
Foi traído subitamente traído
Ainda assim arrebatado por uma solução maligna
Apaixonou-se pelos seus traidores mais fiéis
Olhou em volta mas não tinha olhos
Andou em volta não encontrou seus passos
Correu para se alcançar
Não estava perdido muito menos salvo
Acendeu o pavio da glória
Trancou-se em seu castelo de vidro
Onde cada pedra atirada
Acertava sempre, senpre o alvo indesejado
Relacionou sua cura como se fosse digno de pena
Digno de alguma chance
Digno daqueles olhares puros e inalcançáveis
Não era nada daquilo nunca foi
Então saiu pra respirar
Pra ganhar os céus
Pra morrer em vão


Dela


Digno de um sonho impuro
Tomou um calíce das próprias lagrimas
Lagrimas que não eram dele eram do outro
Do olhar mais sincero esperei todo o meu tempo
Por cada minuto perdido do seu sorriso
Chorou sem derramar uma única lagrima
Afastou-se do outro
Abraçando toda nossa dor
E a todo instante que lembrava do meu pedaço de carne e sentimento
Ele fugia para longe onde nem eu mesmo o podia encontrar
Então ele tremia como eu nunca havia sentido antes
Encontrado em meio a um terremoto passional pulou no mar
Um mar que nunca tinha visto antes
Mas já conhecia bem a fundo
Um mar de sangue, dor e luxuria
Ela sentiu-se no direito
Um direito que ele havia roubado, castrado
E os olhares se afogaram em confusão e medo
Não era nada daquilo, não precisava ser
Não encontrou mais um coração dentro dele
Ladrão de mil almas tuas
Então olhou para todas aquelas fotografias
Se esqueceu no fundo de um quarto
Onde nem o mais puro dos sentimentos podia acha-lo
Não abriu a porta lacrou as janelas
Perdeu-se no fundo daquilo que não era dele
Mas sem nenhum esforço como que de costume
Em um instante de lagrimas e poesia
Encontrou-se no fundo daquilo que era teu
Mas também era dela, nosso e delas
Mesmo assim no final de cada gota de pensamento
Ainda continuou a nos procurar



segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Silêncio


Aquele longo silêncio durante o telefonema diário já não aguentava mais, entristecia, endurecia, amargava tudo que foi tão doce um dia, era uma sucessão de acontecimentos e disparates tão sufocantes que em apenas duas palavras o partiu em milhões de pedaços espalhando cada micro partícula de tudo que já sentiu um dia por todas as linhas e cabos derrubando todos os satélites e daquele dia em diante nunca mais alguém ousou usar um aparelho chamado telefone. Deixou-se levar pela razão esqueceu que um dia nem tão distante existiu algo ali muito alem do que somente pontos de vista e pressões de senhores rabugentos, frustrados e cansados a culpa já não importava mais de quem era não podiam mais culpar, a não ser que culpem a eles mesmos que criaram os herdeiros da "culpa", quem podia adivinhar, mas e agora? Os anjos que paguem?
Não acredito que seja assim mas quem sou eu pra julgar, o lerdo, o vagabundo, o que nunca faz nada e nunca acerta nada o sem valor nenhum, nunca nada é certo, faz nada certo. Fala isso pra ele, diz isso ou aquilo e a mente vai envelhecendo junto, tomando uma forma igual, um pensamento igual criando novamente mais herdeiros de "culpas" que irão culpar outros senhores um dia. Mas onde não existe amor, paz de espirito e compreensão em primeiro lugar, nunca haverá nada do que desejam, pois os anjos não tem culpa não podem ser sufocados por mais difícil que seja a situação eles merecem um campo de paz e proteção incondicional dos presentes, dos que cuidam, "amam" e fazem o que o digno da culpa direcionada não pode fazer por eles a pressão é uma arma feita pra atingir não o ponto desejado mas sim o ponto fraco, em vez de levantar derruba, talvez um dia de uma vez por todas, acho que não é essa a intenção mas por fim é o que conseguem e dizem somente que você não entende, mas quem te entende se não tem o direito moral nenhuma para falar algo, esta sempre errado, fora do contexto entre outros adjetivos conhecidos tão bem daqueles dignos de culpa, indignos de qualquer razão ou moral sobre o assunto a ser esclarecido, o cansaço tão bem esclarecido e visto de longe seria uma razão para poder, humilhar, magoar ou culpar aquele que pode ajudar se não estivessem emanando uma energia tão tensa e desanimadora a ponto de derrubar o ser digno da "culpa" direcionada, ninguém nunca vera o quanto é bom enquanto não amarem uns aos outros, enquanto não respeitarem uns aos outros e em primeiro lugar antes disso respeitarem a presença de anjos, mas tudo bem no fim mesmo ainda dirão que a culpa é dele, que ele não entende, que não é igual eles sendo assim não tem moral ou razão alguma para expressar qualquer opinião nem muito menos tem moral para ser amado somente porque ama também mas não é igual, é somente aquele um que nunca fez nada certo ou que já fez isso ou aquilo, já errou tanto que não merece mais, não é mais digno de amor e confiança só tem que cumprir seu papel e ficar calado pois nunca estará a altura, não importa o que faça ou fale nunca terá razão, ninguém vive só de amor, mas sem amor ninguém vive.


Sentido


Mesmo nunca sabendo dos passos alheios
Ele sente quando a alma toma outros rumos
Nós nos perdemos dentro de nossos mundos
Enchendo nossas cabeças de sangue e vinho
Mas de cada alma encontrada me fiz dono
Reparti em mil pedaços cada parte inteira de cada ser
Ninguém nunca pode ver, olhar, enxergar
E sobrepondo tudo minha mente é um mundo
Mas eu não vivo nela, acho que não vivo mais
Não morro mais, não sonho mais
Quem no fim de tudo ainda encontrar algum tempo
Para te fazer perder cada segundo que você nunca teve
Da vida mal corrigida já não se fara mais abrigo
De cada dia de noites em claro
De cada vidro de perfume amargo
De cada gosto nunca sentido
Me faço escravo e me convenço que não sou o único
A parar estático movido pela sombra infiel da vaidade
Da dúvida do sangue tirei meu infiel genocídio
Relaxando a corda e fazendo um nó em publico
Por cada gota de insatisfação destilada
Por cada chance no papel amassado
Por cada vida roubada ou vendida
Por cada mordaça postada em meu peito
Sem abrigo, sem água, sem sangue
Farei este nó em público
Sem razão na razão que nunca tivemos
Afogo a chance, sufoco a paz
Durmo em teu seio
Te mato em meu leito



Ossos


No teto de sonhos
Sob o jardim de estrelas 
Estrelas flutuantes 
Sem hastes nem espinhos.
Com toda a metafísica dos Deuses mortos
Embutidos em mim.
Aspiro aqui o futuro
E sobrevém o céu
E advém o inferno.
Induzo-lhes indiferente e reluzente
Triste como o tormento dos mortos (no dia de minha morte).
O crepitar dos ossos em chamas
Para sempre ecoando do futuro
Onde sobre a terra tremem-se tumbas
(AH!! Como amo a paz deste sítio).
O povo enterrado como raízes de árvores 
- Que os anjos vos ouvem os sonhos - 
A morte vos protege das chances do erro
E neste jardim mórbido
Com ossos e almas como raízes
Que me seguram a alma pelos pés
E a vida não consente meu viver;
Sob o peso das decepções
Que seus nomes ecoam infinitamente
Se eles sentem,
Se eles sonham,
Se eles ouvem,
Se eles vivem
Que importa?
A terra sobre os mortos,
Que impões ordem a estes murmurantes,
da vida esgota-se 
Enquanto eu vivo apartado no passado
Com um olhar engasgado; 
No teto de sonhos
Sob o jardim de estrelas 
Estrelas flutuantes e cansadas
Sem hastes nem espinhos
No teto de um sonho
Seus nomes ecoam no infinito










segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Almas


Mas nem por um decreto eu me veria mais
Seus olhos, minhas chances, a deficiência de cada ser
Já não era mais como o tempo
Que olha através dos espelhos das cidades malditas
Que sangram a cada amanhecer
Que choram por séculos a cada anoitecer
E o sol que brilha escuro queima e congela
Por entre os vales na escuridão o que vemos?
A simples agonia de viver e caminhar sem paz
As paredes do universo a única companhia
A que você nunca teve, dos que você nunca viu e nunca mais vera

Mas nem por um decreto
Meus olhos, tuas chances, a insuficiência de cada ser
Se afogaram dentro do tempo
Que cega o espelho e cobre com um manto de agonia cada amanhecer
Onde vivem os mártires sufocados embriagados de sangue, pele e vinho
E a lua se apaga e se formam outros sonhos dentro de cada um dos que se foram
Entre a luz e as sombras o que vemos afinal?
No fim o mesmo, os muros se fecham enquanto o céu desaba
O único que não pode fazer nada são todos os que vieram até aqui
Quem espera a morte com um brilho negro no olhar
Já nem sabe mais quem foi, quem ainda é
Não pode mais caminhar as velhas estradas secaram

O decreto divino da guerra e do sangue
Ninguém pode fugir nem por outro decreto
Mas do final não se fara o inicio
E como sempre do contrario
Seremos sempre os únicos derrotados
Para quem ainda sonha a realidade do acordar
Será sempre o mais terrível pesadelo
Dos mais tristes que se escondem
Pela paz surreal do infinito
Os olhos a única parte cega
O corpo a única parte viva
A alma a única parte morta



segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O Vazio

Eu estive presente em todos os momentos, em todos aqueles momentos que eu quis ou nunca quis estar, aprendendo da maneira mais dolorosa o que se pode ser quando se é o nada, mas aquele vazio era só um vazio, e não se pode saber o que nele contem porque esta realmente vazio, e no vazio só sabe o que se tem  se você realmente o sente, mas como sentir algo que não existe, esta vazio, não tem conteúdo algum o que seria este vazio alem dele mesmo inexistente no que existe aqui, se estamos cheio de vazio nele alguma coisa tem, então enfim não estamos vazios o vazio não esta vazio, se nos sentimos cheio dele isso quer dizer que não estamos, então a palavra deixa de perder o sentido ou automaticamente formam-se outros e acabamos ficando cheios e nem sabemos do que só sentimos. Quando acordei hoje tentei levantar, abrir a janela, a porta mas algo me prendia me sufocava e não era nada de tão vazio eu estava cheio , bem cheio e completamente sufocado por uma força externa que me invadia como se fosse um raio de escuridão amargo e latejante, meus olhos não enxergavam nada mas eu via realmente tudo e só percebi que eu estava acordado depois de alguns sinceros minutos de extrema agonia e paralisação mental e física, totalmente inutilizado por alguns minutos um vegetal sem vida, só que vivo, o que tinha até agora nem sei como explicar  era algo como um vírus, acho que posso chama-lo de algo como a multiplicação da saudade algo que eu nunca pude controlar e foi bem por ai que me perdi varias vezes nessa vida, se eu pudesse acreditar menos no mais talvez eu seria menos atingido pelo meu inconsciente que insiste em dar um de fabrica de saudades e extremas ansiedades astronômicas e agonizantes eu somente desejava levantar e ver a luz do dia que por minutos não era mais dia era simplismente um nada, acho que morri naqueles eternos minutos mesmo sem  ainda saber como a morte é, foi um desligamento total de qualquer forma de vida que um dia meus sentidos ousaram conhecer, eu enfim fui verdadeiramente um nada, o que seria isso que nos paralisa nos bloqueia e insistimos chamar de saudade será que ela dói mesmo? Dizem que existem vários tipos, pelo menos pra mim existe só um, sendo ela do que foi vivido ou não, saudade é saudade não importa do que nem de quem, mas é algo inexplicavel quando ela te paralisa a ponto de não conseguir praticar o simples ritual de levantar-se da cama e simplismente sentir que exista vida aqui dentro ou la em qualquer outro lugar do universo, mas também algo contraditório, sentir algo estando desligado será que por alguma vaga lembrança eu havia sonhado com isso ou foi real, foi assim e que assim seja e que venham e venham mais e mais saudades, sendo assim pelo menos sinto que ainda vivo mesmo morrendo em alguns instantes!

Livres de Culpa!

E naquele momento fomos um e eramos o que queríamos ser e como tinha que ter acontecido foi e o futuro ainda virá. E os olhares, sentidos e corpos multiplicavam-se entre os desejos, a calma e a sede de fome que confundiu. Nós nos armamos e atiramos uns contra os outros em bolhas de desejos cada um procura uma resposta que no fundo já sabemos, do amor vem o que surge se forma foi feito e o desejo daquilo que foi sempre existiu após um tempo, na cabeça no inconsciente e nos olhos de cada um de nós, ninguém deve arrepender-se nem procurar pelo culpado, nem evitar, nem fugir ou fingir, só amar o que cada um é, e agradecer pelo que aconteceu pois foi a mais pura, a mais pura prova de amor, amizade e cumplicidade para com nós mesmos alem do consentimento mutuo que tínhamos todos naquele momento que de certa forma deveria desde o inicio acabar com a culpa e formulação de questões posteriores, amamos a nós mesmos e a cada um de nós com todas as nossas forças, não eramos estranhos não fomos e nunca seremos estávamos entrelaçados em partes iguais de um único objetivo um objetivo alem só do que o do prazer, pensávamos em cada um de nós e foi belo, cada movimento, gesto e palavras sussurradas entre cada perfume exalado e respirado, precisamos ver a beleza do que foi antes de procurar pelas respostas, apontar culpados arrepender-se ou qualquer outro sentimento que foge da lembrança recente do que foi e do que pode ser ou até deixar de ser, estava falando de desejo mas não era só, acho essa a palavra mais fácil para descrever o que em palavras não conseguimos expressar, mas ainda dentro procuramos respostas formulamos questões e nos apavoramos em pensar como sera daqui pra frente, ou não, talvez o nunca mais ou o medo de querer mais ou de como seria o fim e até o medo de se perder no que é sentir e acabar dando volta sempre em triângulos, tentamos enxergar da maneira mais fácil possível para não nos sentirmos culpados por sentir esse medo essa duvida do que virá depois, mas culpar-se do que? Não foi o que queríamos? Talvez com um final um pouco a desejar, catastrófico, só desejo que sejamos sempre o que fomos um para o outro mas agora com uma cumplicidade maior, pois podemos esconder o que sentimos uns dos outros mas não de nós mesmos o desejo futuro ou o desejo do passado não importa o tempo nem a ordem, não precisamos ter medo nem odiarmos a nós mesmos muito menos uns aos outros por isso, precisamos enxergar da melhor maneira esquecendo o nunca mais e as duvidas de um futuro que nem sabemos como sera, esquecendo de vez  as duvidas e os medos, e o futuro viveremos o que tiver que ser, não eramos estranhos? Melhor assim mais fácil assim, de entender o que é que gostamos um no outro e o que gostamos em cada um de nós mesmos e desaprovar algo que faz e fez parte de nós não é a melhor opção no momento nem a única, o que faz parte de nós sempre existira por mais que tentamos esconder de nós mesmos, o cérebro diz que estamos recebendo dor pra não nos esquecermos do que nos foi ensinado pelo mundo somos humanos e enfim nada perfeitos, todos nos condenariam, então porque condenar também, a nós mesmos e uns aos outros? Se foi o que queríamos devemos agradecer por ter sido contemplados pela sorte de poder ser, ter o que desejamos um dia no nosso mais profundo intimo. Enfim, espero que nosso mundo nunca desabe somente por cumprimos parte do que verdadeiramente fomos, somos e sempre seremos um para o outro!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Sem Moral

Eu não pude colocar em prática e sabia o que era possível, pois impossível eu já havia feito, mas preferi esconder meus passos, preferi esconder a estrada por onde eu nunca mais deveria caminhar, mas eu desejei, e dai?
Nós nunca fomos o que nos foi permitido então porque encontrar, querer ter o que não pode ser teu, saber dizer o certo na hora errada se nada é, se nada vem ou volta, se todas as noites dores e delírios daquilo que nada um dia tentou ser o tudo vem a tona, não importa, quando digo pra ser eu é porque não quero mais tentar, e o porque de todas essas dúvidas, dividas  ninguém sabe, nem eu, você muito menos ela, nem o espectro salvador da tua sombra noturna que me trazia alívio me fazendo sentir dor e amar sem pudor algum não me queria mais, e acabamos nos cansando de falar tanto de amor, dor, solidão do passado sem futuro e de tudo que desejávamos ser, viver...
Mensagens positivas? Auto- ajuda? Você quis tanto eu nunca nada, hoje as palavras só ecoam, tentamos nos sentir bem não para poder provar talvez só fugir, fingir mesmo, sentir que algo  que um dia sonhamos poderia existir aqui ou em qualquer outro lugar, a realidade da felicidade foi, é inexistente e um dia tudo volta, e sem me condenar em um único pensamento eu consigo me contradizer milhares de vezes, bipolaridade, tripolaridade, sera?
São infinitos os polos e poros por aqui, ai  ou em todo e qualquer lugar e o que é natural, normal, onde fica, pra onde vai, existe?
Eu tentei fingir, acreditar, não me drogar, não te drogar não morrer nem matar, somente enfim amar, mas o mais é menos quando a gente sonha e ainda dizem aqui dentro, você é somente o que você sempre foi,  o óbvio, o triste o infeliz, o amargurado ladrão de vidas, tentar não faz mais parte, viver sem pudor é como um suicídio lento e solitário, é como vender a alma sangrar fazer sangrar, quem não sangra? Eu vivo a contra-adição de valores faz parte desse todo, desse nada desse sangue, sangro litros por segundo, eu sinto pra não morrer em vão se eu pudesse te contar se eu pudesse me expressar melhor, mas sei bem como é, será sempre tudo em vão, tudo em códigos, números, palavras, sons e sentidos, colocaram cada chance na minha boca, poros, polos, pele e alma pra tentar resgatar aquela tal dignidade, amor-próprio, não deu não era meu vomitei praticamente tudo, sem fim o coração sem alma não pode mais e se cansa sem poder descansar, o desejo alimenta a alma sem o mesmo notar e aquelas outras coisas que eu disse antes eu já esqueci, pra ser mais direto eu nem disse, foi só um sonho teu, meu, de ninguém ...


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Foi ter perdido em vão...





Felicidade tinha 17 e ela 16
Pouco sabia sobre tudo mas já decidia como ninguém
Tinha certeza do que queria e queria ir além
E conheciam um ao outro sem medo de outro alguém.

Felicidade tinha 17 e ela 16
Tinha feito muitos planos para hoje
E quando o dia amanhece ainda existem mais
Caminhavam lado a lado e não paravam de falar
Não existe preço pago para deixar de se amar.

Felicidade tinha 17 e ela 16
Quando se conheceram o mundo começou para os dois
Que já não viam tanta graça em assistir TV
E todo dia ele pensava o que fazer
Ele quria poder fazer mais pelo seu bem.

Felicidade tinha 17 e ela 16
Ele admite que errou, por medo de perder
Se é melhor viver sem dor, posso dizer
Recomeço perdão, suas pedras são flores
Suas flores, secam sozinhas
Então ficaram juntos para florescer.

Felicidade fez 18 e ela 17
Esse aniversário sozinho, deixou marcas
Por não abandonar e ser abandonado
E se perder tentando abrir os olhos
Acabando por voltar ao zero.

Felicidade tem 18 e ela 17
Descobriram o amor, e o prazer
E sentia completo abraçado a ela
Corrigiu muitos erros mas esqueceu de um
Não é preciso muros nem paredes
Pra aguardar o amor.

Felicidade tem 18 e ela 17
Ela fez aniversário e eu consigo entender
Ela estava ao seu lado e queria viver
Ele não pensava só nele, quando ficava em casa
Felicidade separou-se em dois
Cada pedaço pro seu canto
Cada canto com sua razão e por muito tempo
Desejou o perdão, e soube que sua culpa. 

Foi ter perdido em vão
E se arrependeu de não ter saído mais
Não ter curtido mais e deixar curtir
De ter medo dos outros e não de si
De não olhar que você pode estar errado
Tentando fazer o contrário
De não enxergar que um amor pode ser pirado e fazer o contrário

Felicidade tem 18, Felicidade tem 17
Cada um pro seu lado
Cada qual um pedaço
De uma história de felicidade e saudade
De uma história de amor e amizade
Felicidade quer ter Felicidade
Poema escrito por Gustavo Vinicius de Oliveira, musico, artista, amante da vida, poeta, filho e amigo,  assassinado brutalmente na cidade de Bauru, uma das pessoas mais generosa e companheira que conheci na minha vida, uma poesia escrita por ele pouco antes do seu aniversário de 18 anos meu  irmão de alma, paz esteja onde estiver, aqui dentro sempre...
www.myspace.com/pazdepoisdamorte

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Alivio


O brilho dos olhos
O sangue da alma
O  ouro da dor
A mentira a chance
Esta tudo bem?
Não precisa dizer
Seu espelho se quebrou
E sua mente se foi
E tente te dizer
Tudo em vão
Então recebo o pagamento
E o vício
E a culpa
E a dor
Vou até lá e não era mais o mesmo
Vendo a alma, a tua
Completamente sem sangue
Respiro a água e troco de coração
Afogo o meu delírio
Recebo teu vicio
Exploro os caminhos por implorar por um pouco do teu sangue
Sem entender entendo o que já não é mais possível
Mas sempre será
E o que existe foi apenas arrancado, trocado
O que foi deixado de forma vazia
Agora esta cheio
Nós voltaremos
Até o fundo, até a beira
Até o alto
Levado pela maré

Valium


Apodere-se da minha alma, conceda-me o último desejo...
Alivie-se, escureça-me, receba com o preço da dor
Seu último caminho da primeira partida
Olhe nos olhos e cuspa no espelho
Este era seu caminho, você foi derrotado
O mártir esperava o grito do outro lado
E se transportou e fugiu para o vale
Era o receio, da divida da duvida
E seus olhos brilhavam e me levavam
Busco, te desejo recebo e entrego
Eu não confundo perco da maneira que posso
Te deixo livre me perco te liberto
Ele estará aqui, ai...
Não precisa dizer nada, as almas não falam 
não escolhem agora dormem
Levo, guardo comigo...
Te devolvo em dobro.