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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Almas


Mas nem por um decreto eu me veria mais
Seus olhos, minhas chances, a deficiência de cada ser
Já não era mais como o tempo
Que olha através dos espelhos das cidades malditas
Que sangram a cada amanhecer
Que choram por séculos a cada anoitecer
E o sol que brilha escuro queima e congela
Por entre os vales na escuridão o que vemos?
A simples agonia de viver e caminhar sem paz
As paredes do universo a única companhia
A que você nunca teve, dos que você nunca viu e nunca mais vera

Mas nem por um decreto
Meus olhos, tuas chances, a insuficiência de cada ser
Se afogaram dentro do tempo
Que cega o espelho e cobre com um manto de agonia cada amanhecer
Onde vivem os mártires sufocados embriagados de sangue, pele e vinho
E a lua se apaga e se formam outros sonhos dentro de cada um dos que se foram
Entre a luz e as sombras o que vemos afinal?
No fim o mesmo, os muros se fecham enquanto o céu desaba
O único que não pode fazer nada são todos os que vieram até aqui
Quem espera a morte com um brilho negro no olhar
Já nem sabe mais quem foi, quem ainda é
Não pode mais caminhar as velhas estradas secaram

O decreto divino da guerra e do sangue
Ninguém pode fugir nem por outro decreto
Mas do final não se fara o inicio
E como sempre do contrario
Seremos sempre os únicos derrotados
Para quem ainda sonha a realidade do acordar
Será sempre o mais terrível pesadelo
Dos mais tristes que se escondem
Pela paz surreal do infinito
Os olhos a única parte cega
O corpo a única parte viva
A alma a única parte morta



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