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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Nada


Ainda sinto o gosto da derrota daquele último gole
Fui um artista do infinito
Sequestrei a maldita poesia
Vindo do caos interno
Bebo a amargura dos ausentes
Cavo em um espelho minha alma perdida
Já recebi meu ultimo pagamento em divida
A única ausência, foi a presença recriada
Engula pra ter o tempo em que não tem tempo
Esqueça o tudo ao todo em paz negra
Durma nesse sangue, vida é morte
Canções não mentem como nós
Para o ultimo delírio da cólera passageira
Escrevo meu tumor no teu peito
Um gole de tinta e vinho nas veias do morto
Caminhe para o sol apagado
Escureça sua única vida
Consuma o segredo, doando o pescoço para o algoz
Vista a mascara, mate sua família
Andando com os cães nas ruas desertas
Comendo o lixo abaixo dos teus pés
Amassei meus olhos e foi só mais uma queda
Sim, meu cérebro é aquele
Aquela coisa ali no chão
Cavo, cavo, cavo
Encontro a raiz, mastigando a equação
Eu nem me conhecia...
Esqueço, esqueço, esqueço
Eu lembro
Fujo, fujo, fujo
Não encontro
Tenho tuas vidas como minhas
Abençoe a morte do egoísta
Se pra ter paz, dar paz
Morte é solução, estive disposto
Tenho tudo que não tenho
E tudo que tenho só eu tenho
Enfim, tenho nada, tenho tudo
Tento tudo pra acabar em nada.

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