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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Não Foi Nada


E no fim do tudo ou do cinzento nada
Nem foi o que realmente disse
Era só uma parte da luz que apartava o sol
Escurecia no brilhar dos olhos no escuro
Entardecia no frio noturno da alma
Cobrindo a nevoa de um pensamento, uma vida
Era cedo demais estava claro demais
Mas muito tarde para representar seu papel
Seu papel mais magnifico
E aquele inalterável e doce prazer esquecido
Já não tinha mais gosto, desgosto ou ardor
Era só mais um singelo e esquecido corpo
Amordaçado de costas
Apreciado por todos aqueles reacionários
Ainda não podia enxergar
Observava as feridas sangrando em paz
Com a calma e deleite de um sado masoquista
Inapropriado para o horário revelado
Seu olhar foi traído e tirado de circulação
E de toda a paz que almejou por um mero detalhe
Aquele único e simples mero detalhe
Foi traído subitamente traído
Ainda assim arrebatado por uma solução maligna
Apaixonou-se pelos seus traidores mais fiéis
Olhou em volta mas não tinha olhos
Andou em volta não encontrou seus passos
Correu para se alcançar
Não estava perdido muito menos salvo
Acendeu o pavio da glória
Trancou-se em seu castelo de vidro
Onde cada pedra atirada
Acertava sempre, senpre o alvo indesejado
Relacionou sua cura como se fosse digno de pena
Digno de alguma chance
Digno daqueles olhares puros e inalcançáveis
Não era nada daquilo nunca foi
Então saiu pra respirar
Pra ganhar os céus
Pra morrer em vão


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