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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Crânios no Ânus

Desligome dos pesadelos futuros e alcanço a febre diária 
No espaço entre o sol e o lixo que mastigo, 
Apodreço em tua linha de pensamento, você não pode se esconder.
Corra virão te buscar, para o enforcamento sagrado terrestre, 
Pestes humanas te levam através dos vales de concreto.
Suspiros roubados desfalecem dentro do teu espectro de carne vazia,
Transponhame se o que pode perder é justo, não?
Eu não posso!
Já vendi todas as minhas duvidas,
Foi inesperado, entre cada tempo e o contra tempo, 
Fui sumariamente condenado.
Fui até o topo bem la abaixo, e eu também não pude me esconder.
Era o beijo da bruxa na floresta, 
Foi o que eu pude esperar...
E as palavras vieram para me calar a boca, 
E a musica cegou meus ouvidos.
Os soldados menores sangravam na estrada,
E ruido que eu vi era a água que escorria dos olhos deles,
Meu amor também partiu, se enforcou no sexto tempo desta guerra,
Ela pendurou sua cabeça 
Com meu intestino vazio, degolando meu estomago cheio de flores,
Vomitando sobre o palco eu fui nu pelas estradas, eu gritava mas ninguém ouvia
E confronto se iniciou.

O que você disse a ele?

Todos aqueles não puderam encontrar uma palavra dentro do livro dela,
Substituíram o sangue por um pouco de terra e dinheiro,
Mas a luxuria não mais podia compra–lo,
Sorrateiros os ratos invadiram os castelos em ruínas em que eu morri,
Eu vi todos morrerem de uma só vez,
O ópio não fazia mais efeito,
E o sentido roubado era dado ao presente anacrônico.

Reis se auto estupravam, Se auto intitulando rainhas Eles se chupavam e se mordiam, Enfiavam crânios nos ânus uns dos outros, Masturbavam suas mandíbulas com os pênis em brasa, O fogo das vaginas massacravam as línguas das freiras prostitutas, Padres incestuosos oravam com gotas de esperma nos lábios, Eu vi então, todo aquele sangue se perder E roubar de mim minha crença.


Estivemos vendendo a fé para vadios satânicos em nome de um deus de mentira,

Nada era esculpido de forma em que não se podia vender ou roubar,
Não nos viam presos nem livres
Era a suprema corte da podridão dando as regras novamente.

As famílias se matavam em rituais orgânicos de salvação,

As mães matavam os filhos,
Os filhos estupravam as mães,
Despudorados os pais ejaculavam em suas próprias bocas,
Amarravam as filhas nuas ao pé da cama com chicotes de gesso
E as pulseiras de arame farpado cortavam a moralidade das casas tradicionais,
Todos amarravamse a uma teia de vidro em mucosas virtuosas.
E a mãe disse ao filho então!
Minha vagina podre é tua,
E o Pai então respondeu meu esperma agora alimentara esta família, 
E todos então, se foram de uma vez para a sala dos genocídios grupais.

Os governos enfim não governavam mais e as nações se apagaram então de vez,

Gerados os frutos do desconforto e do desespero,
Caiam das arvores como frutas podres,
Os animais foram alimentados de carne humana
Todos então foram ao nada, cheios de tudo, 
Em uma nuvem suave e carregada de canibalismo e esperança...

Desespero ou não a morte por ideais é sempre um vão eterno,

Aberto no seio virginal da humanidade desumana.



Mordaça de Saliva

Minha pele cheira a café frio,
Posso ouvir a serenata de cada cigarro que se apaga
Chupando meus ossos nas avenidas de outrem
Caço tua pele em minha mordaça de saliva incendiada.

Pedras rolam de um abismo para cima,
Aveludados os corpos se unem em desunião
Criando a cria que beatifica os homens mortos,
Eu como estas pedras com o mesmo gosto em que respiro toda esta lama.

Desprendo–me do buraco em que me encontro,
Despeço me dos meus ancestrais vagabundos,
A primeira lição da maligna nuvem bastarda
Foi a última ulcera alcançada nesta manha.

Sou o espirito das cinzas que minha cisma consumiu,
São as cinzas das cismas abaixo da pele,
Sou a costura mal feita na pele dilacerada,
Sou a perdição apedrejando tuas catedrais.

Minha pele come a tua e envenena nossa pena,
Escrevo com letras de vinho nas uvas que sangram,
Mastigo o sol que nasce apagando para a lua,
Me transformo em tua estrela de barro nas cinzas do descaso.

O abismo me bebe, me come, me alimenta,
Os corpos engrenam em meio as indagações
Falsas, simultaneamente expostas a este diluvio,
Você não pode pensar, não imagine, imagina?


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Lavagem Nova



Porcos velhos e cansados comem lavagem misturada a sonhos velhos,
Sonhos velhos comem os porcos frustrados misturados a lavagem.
Quem sonha apodrece no limiar da liberdade que sufoca?
Ou liberta–se no seio da solidão amargurante?
É tão triste esta falta de amor, não é?

Masturbe se com a mão alheia
Apagando a ponta de teu cigarro apagado na própria testa.
Teu orgasmo coagulou?
E a paixão que sente é podre de poder podre,
Mantenha a castidade,
Segure o cabresto enquanto pode.

Acaricie no escuro, no carro apertado em movimento,
Caravana vazia, cheia de boas intenções?
Alguém sentiu tuas mãos, vomitando...
O que mais tem de liberdade ai?
O que mais tem de podre aí dentro?
Conte mais para nós, para todos...

Apagando a memoria cega
Saibam todos, você goza com a mão alheia!
Sua tela pinga esperma seco,
Abaixo a flacidez de tua alma o que sente?
Não perca se tanto, isto te corrói,
Sinta se livre para odiar,
Nós amamos também.


Solução = vazio.



Indignos sentidos presos em asas livres Flores e espinhos obviam o contexto masturbado O sentimento reverso subdividido e forjado, atrofiado. Ignorar o sentido quando lhe convém, Atracando me as almas do além, Valer ou não valer o tempo perdido, ganhado? Esquivam-se sobre minha alma, alguns estranhos fatídicos. Espadas da coragem escondidas à espreita Atras da porta aberta, tranco-me em indecência, Sumiço momentâneo na procura doentia, a falta. Amores jogados fora, para dentro da vulva, rebeldia interna, Externa em brutos sentidos, inalterados goles de histeria. Crise existencial, inexistência de perda. Tristeza. Sentir as dores físicas entre chicotadas de drogas e remédios. Mau mesmo é sentir na alma, negando o dote dado no carro em movimento, Esquivando-me da tua lamina muscular que o cérebro não comanda, mas deveria, Em busca do meu sexo, tuas teorias não preencherão minha vagina vazia. A alma sente dor, não se compra, não tem preço, sim valor, Um buraco no escuro, o vazio. A alma sente dor.
Acreditar em partes é não saber mais nada. A alma é simples. Assim como uma equação com raízes negativas, Sem solução. Solução = vazio. Não há resolução. Não há remédios, Pra alma em colapso. A matéria em dor? Inevitável. Apalpo em mim então o universo em minhas carnes, Negando em mim o papo da mesa ao lado, O inverso sempre é acompanhante de insanidade e desrespeito. Segure o cetro de tua glória mumificada, respire, vire-se introduza, No lado de dentro bem la no fundo onde desejas colocar, Sem saliva a seco, precisa de ajuda? Eu introduzo em ti, um pedaço, o teu inteiro! Não doeria em mim, se fosse em ti, Nem um terço das palavras entre um gole e outro, Entre um passo e outro.
Um machucado uma ferida, que eu já havia cicatrizado Abriu-se notavelmente, a alma, o buraco, o vazio... o abismo Ambiguidade infernal essa que me traz e eu faço, Das traças amigas fiéis companheiras de minha viagem, Falhas nas demonstrações de afeto, vícios literários Orgulho feminino intacto, o que de mal? Projeteis de corpos jogados contra a parede. Alinhando o meu de maneira desconexa, Fazendo-me o corpo em decomposição Decomposto viral de sobras inquilinas de tuas vaidades, Verdades? Não, eu não preciso, Gozo imposto por manipular a manipulação, Marionete do tempo e da personalidade. Bipolaridade ? O meu amor não merece teu endereço, Como o teu pau, e não mereces minha vagina. Sobressaindo dos teus delírios que me acompanham no ônibus lotado, Ou envolta a neblina do caminho de volta pra casa na madrugada, Não serei tua oferenda, não se ofenda, eu me defendo, Das palavras mordazes ditas ao pé do ouvido, Balbuciando o que achas ser correto, o que achas de todas "eus" Espero que morras entalado com tua língua em minha garganta, Ricocheteando os olhares depravados, não entrego os meus Que também são dignos de culpa, avarias, escarros e escárnios.
Puritana? Quem? Eu? Não faça-me vomitar em tuas moléstias, No oblíquo caminho de volta prefiro ficar sozinha Em meio ao meus goles de cansaço, Em minha dança você não cabe.

Homenagem a minha poetisa preferida, agradeço por ter ajudado a nós.


terça-feira, 10 de setembro de 2013

Suave


Respiro as lagrimas com o terço quebrado em mãos,
Não, não meu amigo, isto não é uma oração.
Elevo muito cada minuto de perdição,
Não, e sim ao mesmo tempo em que não.

La por onde aqueles versos foram enterrados
Eu via que tudo era incerto, comovente, não?
Tente olhar em minha face, enquanto durmo,
Se eu acordar é porque estou morto.

Tão suave e tão tendencioso é o que tu emana,
Por isto e somente, eu desejei hoje dormir por séculos.
Inatingível este desejo tão desnecessário,
Da face leiga de meu eu ordinário.

Reacendo o fogo que clareava em escuridão,
Inaceitável seria o que o presente me daria,
Testaram em meu corpo todas as anomalias,
Na face leiga de meu eu ordinário.