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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Ilhas


Nem sempre as ilhas inconstantes nos desdobram e nos confundem
O abraço materno não se faz mais consciente
Nos desdobramos em mil partes de um deus que já não existe mais
Os seres que vagam para alum lugar do infinito, foram sorrindo em falsa agonia
Agonia desesperada essa, que procura onde não vê e não tem
As partes desdobradas e feitas não podem mais desfazer, o refeito
tao pouco justificar o injustificavel
Por maior que seja a confusão, as ilhas sempre estarão lá
Vagando seguimos, não há uma outra forma de viver.
Vago, espaço e curto.
Curto, espaço e vago
Não encontrariamos nada alem do nosso insólito nada
Em lugar algum
Em um lugar qualquer
A vida sobra e se renova diante da falsa gloria
Abatendo os feridos
Velhos formadores de opinião encaixotaram suas coisas
E mandaram vocês de volta a realidade
Sim essa mesma, eu deveria perguntar?
Sim eu deveria perguntar, embora não haja resposta alguma
Sim, a realidade, inconstante confundindo o abraço materno inconsciente
se esta a vagar por essa gloria talvez não encontre o que tanto procura
E talvez esteja solitário
Ninguém atravessa os céus sem se machucar
Perdão pela morte reconhecida
Eu não estive la, eu nunca mais estarei la
Somente representei o  papel de um figurante amargo
Que nunca esquecera o desnível dessa normalidade incansável e ordinária
O cento do umbigo voltou para abraças o que já se foram
Eu não estarei la ou em lugar algum
As chances medem sua paciência
Até que no limite do acaso premeditado, explode
Sua maquina mecanizada, adestrada
Os miolos estouram e vazam pelos olhos
E te cegam e te abusam
O único culpado  para a miséria dos opostos
É a não compaixão que tem de seus próprios
Mantendo os olhos cercados
Me despeço da serpente que me acolheu
Era dia ou noite, não era nada
Minha um tanto quanto lunática companheira
Não esquecera quem realmente é
pilulas ambulantes vagam nas ruas
E sangue é diversão
Dinheiro é morte
Ausência é vida
E gloria é a ostentação o pilar da mediocridade
Para com os que enfiam a faca e os outros órgãos internos
E cravam no peito até coração sair para fora
Até a tão inesperada absorção dos pulmões
Que de tão contaminados pelo seu amor negro
Repousando em minhas entranhas a século
Até a tão inesperada absorção dos pulmões
Liquidando suas chances de paz em tempos de guerra
A vida secreta  que você esconde dentro de si
Não está mais si, nem aqui
Trocando de líquidos me escondo dentro da minha possível sanguinaria visão
Não adormeço  em coleiras de sangue
Não concentro o espasmo dentro de um buraco que se rotula e se odeiam
Onde não existe mais lugar para as minha perguntas
Registro meus olhares a um ser inevitavelmente desejado
Não era nada daquilo, nunca foi
Espere-me na ultima estação quem sabe se perdendo um dia poderá se encontrar
De tão mediócre se encontra e se perde. de forma que irreconhecivelmente se encontre
bastasse uma pequena veia, uma pequena dose
bastasse um ultimo olhar
e então a serpente, acuada, retorna a sua origem desconhecida
desmerecendo qualquer faca, qualquer coração, qualquer órgão
A sua então, missão, de te ferir, de te injuriar, de te expor.
Já bastaria, nesse caso. sem instrumentos que o fazem
A decisão de despedida, do mundo Nada que vivemos,
faltaria, a presença, faltaria o essencial, o necessário.
Faltaria o nada, propriamente dito com a boca cheia.
De palavras ainda indecifraveis
Recolhendo-se a postura de um enfermo
Abandonado pelos juizes da mais estupida corte
Andaremos e colocaremos nossas escadas pelos palcos da vida e da morte
Somente esperando o movimento contrario do teu desejo ignorado
Deite-se ao meu lado não conseguiras me veras como um vulto
Escondido dentro da tua sombras
Vazia e descartavél culpando em nivel a nível de mote ou vida eterna
Tanto faz assim ou não
Meu ultimo desejo foi o de não desejar nada
Minha ultima chance  eu vi na face de rostos esculpidos em lugares abandonados
E não mais podia ser atraído
Nem roubado
Nem aprisionado em teu carcere nada privado
Agradecendo as almas cansadas junto-me a elas para descansar
Pois abrigo pouco a pouco a morada dos aprisionados
Não serás um vulto sequer
não será a ultima viajem
e nem a primeira
dentro de tanta vida já vivida, não existindo suplicas mortais
e não cabendo ao existencial corpo etéreo
Das correntes impostas, os aprisionados encontram
forma a face e lugar de volta, que
ainda na lembrança possa reconhecer
Onde aquilo tudo começou, e retornar
pro mesmo caminho e caos já conhecido
de que adiantaríamos escadas, se nossos palcos já caíram
incendiados pelo clamor e pedidos urgentes das almas envenenadas
na vida e na morte.
transmutando pra si mesmo o poder de ter poder
através do poder, decaindo sobre seu rosto
suas lagrimas maquiadas, já borradas de tanto ver.


Dois


Eu ouvia as vozes e sentia como se fossem as últimas palavras não ditas
Eu sonhava em ser aquele que sempre estaria ao teu lado
Eu aguardava a hora mais do que ansioso, eu ainda estava vivo, mas...
Naquela noite abraçado a nós mais do que a mim, chorei mais do que calado
Da única vida que tive, roubei meu único amor verdadeiro
Me perdi, eu perdi.
O mesmo fracassado de sempre
Aquele outro faria tudo errado outra vez
Calou-se em magoa e tristeza eterna
Então chamamos todas as bestas do universo
E batizamos uma a uma com meu nome
Subíamos no alto dos prédios e nos jogamos em uma queda nada livre
Estávamos dispostos e cansados
Mas nem sempre a luta era ganha
Então perdíamos todas as vezes para um único eu
Aquele que sempre esteve ao teu lado
O que vimos por la?
A dor e a glória do pecado?
A chama da dor indiferente?
A Lua que nunca brilhava?
Ou cada estrela olhando e sangrando?
Cada vida abandonada em cada beco
Cada sonho perdido dentro de cada alma avessa
Suprimos nosso ódio e duvidamos de cada palavra não dita
Relaxei a corda, abracei o destino a troco de um corte na face
Tentei correr, morrer, pra quem se despede e o deixa
No fundo sempre é mais fácil
Questão de aceitar?
Eu não me aceito
Recebo você, em goles maiores
E o amor?
E o vinho?
Não estávamos cansados na hora das promessas
Nunca menti sobre o amor
Eu me cumpro.
Me vejo deprimido, sem forças
Para que tudo torne-se dor
Um tempo que peço, mas para eternidade me despeço
Sangro então em segredo
Na vigília noturna encontro minha alma morta
E me despeço dos Deuses
Eles não me amam
E você? Sim eu sei, entendo
Deve ter se esquecido, não ou não?
Ah! Fui eu, um fraco e covarde
Suportarei o peso dos tigres menores
Rindo pra mim
Os olhares menores
O abraço da morte
O peso da dor eterna
Pode ser que passe
Eu tentei, não desisti
Acho injusto
Acho que cansei,
Mas não desisto
Te amo mais do que me amo
A única certeza que eu tenho
Do amor dei, reconheço
Apagamos em covardia
Eu mereço, aceito a dor
O zelo que tens contigo
É  nosso maior inimigo
Aceito a culpa...


Pulso


Comemoras o dia 
da solidão, as palavras 
serão esquecidas ou apenas 
nunca mais ditas a não ser em pensamentos

Ou talvez

as temerás mais uma vez e 
partirás para um lugar 
onde julgas poder sentir o mundo 
pulsar na tua pele 

Afinal imortal nos olhos 

passará o filme aquoso 
do que viveste viverias 
de novo esse presente obscuro 

Tão futuro já então 

por vezes confundias o teu corpo 
com o ar ou a água e entregavas 
à sua transparência 



Precipício


Precipitaram o precipício, copo d'água em tempestade ...
Sede?
Bebi a ventania!
Incompreensível...
Muito menos do que podia entender
Abismo?
Abraçado ao desespero, concentrando a tortura,
Olhos vidrados abaixo...
Emudecido, não disse nada, nada...
Foram suas últimas palavras, em seu mais novo julgamento!
O que poderia dizer? Mais uma vez condenado!
Incompreendido, julgado, jubilado
Sem defesa, sem olhos, sem palavras
Era a alma, a arma, divida, duvida...
Mais uma vez!
Mais uma vez?
Tentei! Tentamos?
Sou perecível, orgânico, não reciclável..