O amor é
vadio
É noite em dia
Dia sem
noite
É piada,
um leito
Um poema
desfeito.
O amor é
vida é morte
É
alimento e fome
É sede, vinho,
Água
impura, suja, amaldiçoada.
É ódio,
escuro,
Claro e
incompleto
Completa-se
em outro
Perde-se
por nada.
Destruindo-se
em si mesmo
O amor é
tempo, mal calculado
Perdido,
planejado
É sangue, veias, carne, pele e poros
Para quem
vive, não vive
Para quem
nasce ou morre
O amor é
culpado, sem ter culpa alguma.
Para os
que se cansam, se perdem, encontram,
O amor é
alivio, culpa, calor, frio desmedido
É
mentira, vaidade, é verdade,
Não é
nada, ou já foi tudo
Ninguém
conhece ou desconhece, sabe ou entende
É agonia,
harmonia,
Suicídio,
almas, vidas,
Não tem
tempo ou lei, não é doença ou cura
Não se
paga, não se compra, não se vende a quem se doa.
Se recebe
ou não recebe, pelo amor não te culpe
Não me
culpe, não se canse,
Não o
mate, não se odeie,
Não
destrua ou construa
Amor não
tem vida, não tem cor, cheiro
Perfume
sem sentido, divida alheia
Um pedaço
despedaçado
Uma flor
imaculada.
Flor
carnívora
Sem fome,
ou sede
O amor
não se perdoa só por somente amar
O amor
ama se odiar, maltratar, doer, machucar.
Se não machuca, cura, ferindo a ferida cicatrizada
Alimentando tal palavra letras, pontos e versos
Falidos, expostos, exclusos.
Amar
Amor é
distância, dor e cura
Não esta
perto, longe
Nunca
esta aqui, esteve ai.
O amor
odeia amar, desconhece esta palavra
Se não
pode odiar o que se ama
A quem se
ama,
Que se
odeie então os que amam
Que se
percam os encontros
Encontrando-se
em desencontros
Fatídicos,
castrados, escassos, vazios
Cheios de
falhas, perfeições,
Doente e
imperfeito
Amor que
vai, amor que vem
Que se
foi, nunca ira voltar
Se voltar
sem completar,
Incompleta-se
só por amar
Se não
amas, não perde, não ganha
Não vive
ou morre.
Entretanto
se existe amor
Em que
duvida ele esta?
Em que
tempo se perdeu?
Em que
amor se encontrou?
Onde se
esconde?
Onde
procurar?
Em qual
questão devemos formular tal palavra?
Tão
forte, frágil, indignificante
Fútil ou
verdadeira,
Amor não
é uma palavra, são muitas,
Poucas,
enfim nenhuma.
O amor
não se conhece ou desconhece
Amor que
padece em vidas
Amor que
nasce em mortes
Em mentes
cansadas
Em
chances perdidas
Relógios
errados, atrasados.
Então!
Encontram-se
os amantes
Em
estações descontroladas
Disparando sangue
Especies despreparadas
Eloquentes então nada em vão.
Verão no
inverno
Inverno
no calor do verão
É outono
em primavera
Estação
desconhecida,
Abominada cria desvalida.
Amor é
céu
Inferno, enferma cria do peito,
Escroto, cálice de palavras ao vento
É juiz,
réu, formulário vencido,
Um abismo
calculado
Uma
queda, um acaso
Um
descaso, um repouso
Um olhar,
uma divida
Um
espaço, um vazio
Uma
certeza, uma duvida
Amor é
nada, tudo.
Amor é
somente amar?
Palavras, gestos indigestos,
Sementes, pele, pelo e pesos
Amar é
somente amor?
Sentidos, fluidos, carne ossos,
Sangue, penas, números fatídicos,
Amor?
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