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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A Alucinações São Inúteis

Adormecido ao som da lua em que agoniza
Observo a átrio espesso de minha amargura,
Condolências humanos obsoletos
Comerei minha pele está manha,
Na fagulha do escarnio que Deus me lançou
Como peste, feitiço, magia, macumba.

Não me olhe assim, como seu eu fosse maluco,
Nada de tão espantoso hoje é mais assustador,
Quanto minha face suja no espelho de teu olhar
Eu sei, eu sei...
Eu sei...
A alucinações são inúteis,
E na medida que meu intestino pesa sobre tua coluna
Inverto os pés, desfaço a curva.

Molestado, invadido pela carne que urge,
Despedaçado o individuo, abandona a alma...
No centro cirúrgico dos anjos que o estrangulam
Ah! E se dentro da alma existe a morte?
No cranio acéfalo desconectado
De cada moléstia que de em si mesmo apodera
Na ânsia do inconsciente delírio.

Tem a certeza que talvez seja propriedade,
Das nuvens de chumbo nas engrenagens dos ossos,
Que em espasmos musculares apedrejam a tumba
No calvário em que os pés foram deixados,
Por conta da ciência maligna
Da falta homicida concedida ao suicida.

Disse isto ao salafrário malfadado,
Afogado a podridão do sangue humano, imerso,
Submerso as cinzas da incoerência infernal que era a vida.
Julgava ouvir monótonos mentecaptos,
Executava a jugular assombrada pelos dentes do vampiro assustado.

Como pode amanhecer novamente se nem vi a noite passar?
Da vida intrínseca em que me falha o asco,
Na alegria visceral em que me descubro morto,
Entrego meu espirito a tua mãe morta
Na parte inferior da célula que teu pai me sufocou.

Adeus pequeno delírio,
Morri antes do enfermo analgésico,
Mendigando por um pouco água,
Na calada da noite em que morri de sede.


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