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domingo, 14 de julho de 2013

Pálpebras

Mastigarias a carne leprosa,
Beberia soda cáustica,
Morderia uma tumba?
Ou chuparia um cadáver?

Na linguá que transmuta de si para si,
A absolvição passageira é termo de culpa,
Abreviatura do nome gravado no termômetro
Brando e litorâneo, canal do descaso.

Extremo liquido que esvai,
Pingando água e óleos de cor rebuscada,
Respiro o respingo do que resta ainda perder,
Perdoando cada hipocondríaco pensamento.

Explicito penso no espesso diluvio,
Calamitoso o viril alarde,
Não dobrei as pernas
Cauterizei as pálpebras.

De muito cego me pergunto,
Entornando a pele em cristo
Sufoco a cruz em queda,
Mastigo os planos torpes.

Externo interno câncer
Petrifico a espirito dolente
Em brancas negras duvidas,
Extravio em certezas.

Se eu pudesse engoliria fogo,
Mastigaria a água, o vidro a pena,
Abençoaria enfim a química do sangue
Estupidificando o calmo golpe.

Alerto o alarde em cena
Juiz do extremo norte
Débil cura ingenua
Agonia translúcida, esconda.





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