I
Meu esconderijo dentro deste silêncio é minha maior obra,
A mais significativa de minhas desvalias,
Nas avessas caras deslavadas
De cultura e ópio.
Entregamos a todos estes senhores
Toda magia de nossas mentiras
Para simplesmente nos calarmos dentro deste feudo,
Nossa casa não é a verdade.
Foi em minha juventude que me enfiaste o punhal
De magnitude calada e sombria triunfando sobre meu corpo,
Desobedecendo as regras desregradas de meu eu morto,
Obcecado pela especie desconhecida deste funeral torto.
A frieza dos dias de agonia não te fazem permanecer,
Entristeceste dentre os descalabros desta desventura,
Aventura‐te então em meu corpo fechado,
Abra‐te então minhas portas amaldiçoadas.
Respirando em orações a musica que mais nos toca,
Não tocarei sequer nesta manha um centímetro de teu corpo,
Neste longínquo presente que nos serve de alimento
Matando‐me de fome nesta cela cerebral onipresente.
Células orvalhadas de cor esverdeada escorrem
Pelas veredas e vinhedos intocáveis,
Capítulos rasgados de minha acéfala cabeça,
Retira‐me desta liberdade aprisionadora por onde corro nu.
Estas trevas que me aconselham não me deixam desabrochar,
Os pés que sobretocam o caos em minha espessa solidão
Não medem nosso amor em que tu veneras esta compaixão,
Entreolham‐se os olhos então de longe mais perto do que podem.
Deusa que me rasga as vestes ensurdeça me com teu grito
Vulcânico, em erupção coordenada acenda‐me, queima‐me os ossos
Agraciando a mortalha em que a navalha toca interrupta
Em golpes precisos na carne, que esfarela na absolvição de meus delírios.
Lirio das manhas que me veste de sangue, escorrendo pelas frestas
Das portas funestas, entreabertas pelo vendaval que me percorre a alma,
Desvia‐me o olhar toca‐me impuro nesta metamorfose vampiresca,
O sangue vibra nas presas, escorre pelos lábios, virgens intocados.
II
Musa das letras putrefatas, porque nunca me obedeceu?
Seguiu para longe, partindo‐me o peito dislexo
Neste mortuário de desilusões e frustrações, permaneci,
Obcecado por te eu sanguinário desferindo golpes na ferida entreaberta.
Dizei‐me que nesta fatal antítese pavorosa
Não existe verdade, somente um punhal afiado e enferrujado,
E por todo lugar que dirijo a palavra não tocais sequer
Sinceramente o local desejado.
Obvio, seria tudo belo se não fosse mentira,
Caminharia por estes vales claros de sol amargurante
No doce descaminho de tua pele cor de neve,
Desbravando os sentidos pelo mundo do desconhecido.
Interruptos seriam os vocábulos,
Persistiria na peste que me cega a boca
Dobrando‐ me a língua na falacia que se esconde
Apedrejando a face da verdade, que deteriora em minhas lagrimas.
Descoordenados rigorosos corvos que passeiam
Pelo céu de chumbo, clareando me as vísceras amontoadas
Pelo chão do despautério que me dizem ser somente calafrios
Nestes dias que a vida nos enche de desenganos.
Amaldiçoados sejam os os cálculos que nos absorvem
Deixando escorrer pelos trilhos de nossa servidão
A ignorância, que transpõe no destino verdade e mentira,
Medo que ignora na alma o vicio etéreo da eternidade.
Morreras calado servindo‐te o caldo da ilusões,
Não atravessaras um dia sem que uma noite te apavore,
E na sequência da vida em que te toma a morte
Te entreolhe, com os olhos de um lobo faminto.
Viveras na vida o incerto pesadelo de não acordaste
Pendurado a corda de tuas confissões obsoletas
Ouvindo o concerto magnifico da partida de tuas emoções
Ensurdecidas pelas crias abstratas do demônio.
III
Deus não te abraçaras abaixo nem acima dos infernos,
A fuligem cegara os olhos cegos, atormentando os anjos
Castrados, que permanecem visíveis navegando pelas almas bandidas,
E no vazio de tua culpa e glória te afogaras na fogueira dos céus.
Diabo, ah! Pobre diabo porque que tanto maldizem de ti?
Mas por que tanto te beijam a boca?
Dormem abraçados todos nus nesta orgia carnavalesca
Sobre o teu corpo belo, esculpido pelas alegorias da morte.
Te comem a carne vadia e impura bebendo na pureza
De teus prazeres magníficos e claramente obscuros.
Ah! Pobre diabo, que tanto nos da o gozo por estes caminhos
Entediantes de Deus, ocultados na face do evangelho dos homens.
Te bebem como esperma doce e fresco,
Extraindo das uvas cálidas das almas outrora noturnas, agora
Distraídas nas manhas de domingo confessando os pecados
Cometidos em teu honroso nome, ah! Pobre diabo.
Na catarse deste estropiado pensamento exaltando a virtude
Na visão turva, embebecida pelo álcool dos espíritos marginais,
Diga me algo, já que deus me parece tão calado,
E na notoriedade desta chama fria aqueça‐me junto a sua couraça.
Enquanto isso no meio do nada, cravo a faca calada
Em minha inocência avassaladora,
Atravesso os cortiços pelas madrugadas, cansado
Dos becos estrábicos entorno a visão para o longe.
Ninguém podia suportar a destreza do meu eu maligno,
E na enfermidade de minha maior introspectiva cura,
Estraçalhei cada paraíso em que fui submetido a suportar,
Amordaçando o meu deus em fúria, secando os lábios virgens.
IV
Não existe alimento no mundo dos deuses,
Isto me parece tão verdadeiro quanto a fome do poeta
Pelas letras amontoadas na mente presa fora deste mundo,
Esquecido pela vida que se espalha através dos vales de concreto.
Não existe morte no mundo dos mortos,
Nada me parece tão explicito quanto a vida que guarda neste sudário
Rasgado, marcado pelos infectos pensamentos de bondade
Tão falsos quanto a vida que nos levam a honrar.
Em nome do Pai do Filho e do Espirito Santo,
Tudo nos força a crer nesta especie de clarividência
Inexistente na pele em que habita o asco pela derrota
Clamando o sangue que escorre diariamente através de uma oração.
Em nome da Virgem Maria,
Prostituta bela e gentil que me deu o prazer mais digno
Masturbando‐me com teu manto de pureza, para todo e sempre,
Agoniza nos altares com a face suja pelo esperma de mil homens.
Levante‐te os joelhos deste chão imundo,
Olhemos devagar estas caricaturas amontoadas
Nas mentes dos humanos amarrados e amordaçados,
Conceda‐te o gozo eterno dos prazeres carnais.
Antes que te apodreças o corpo, leve tua alma a bailar
Por entre os salões das maldições malditas,
Não calar‐me‐ei frente a estas imagens calamitosas
De pureza, clamadas por humanos vadios apodrecidos pelas castas de grife.
Vida que te faça falar, gritar, pular destas montanhas
Para os precipícios da vida, vai forçando, abrindo caminhos
Pelos céus molhados de tua saliva cognitiva,
Afoga‐te no rio das mentiras que te fazem morrer calado.
Responda a si mesmo as perguntas celestiais,
Conceda a ti mesmo cada resposta lhe enfiada goela abaixo
Vomitando a submissão de tua alma nas vadiagens nas escrituras dos homens
Que falam mais do escutam, fazendo‐te surdo como cada um deles são.
V
Sanidade é um grito de loucura silencioso,
Tão ambicioso quanto um rato preso a uma ratoeira,
Seguindo uma especie de dilema transcendental observo
A insanidade colorir minha alma nesta imensidão de vazio.
Nada do que se pode recordar é bendito, no minuto em que
A lagrima sangra no peito podre preso a um diluvio de fumaça
De prazeres iluminados pelos seres de morte e escuridão
Que vivem neste casco agonizando na clemencia descadênciada.
Lobos e raposas entreolham‐se sentindo o cheiro do meu corpo
Caído, entre a esperteza de um coelho malfadado as superstições da vida
Maldita, banhando as vísceras pra fora do corpo com água benta
Demoníaca, afogando as narinas em pó branco de química desconhecida.
Manuscritos perdidos dentro do estomago cheio de suposições
Entopem o intestino na calada desta manha silenciosa,
O único som vem da mente assombrada pela pesquisa que fiz em minha pele
Retalhada, atirada em filetes generosos sobre a mesa.
Juízo perdido, desprendido das palavras outrora esquecidas
Agora lembradas por supostos seres povoadores de mentes perturbadas
Alimentam‐se das frases escritas nas lapides que imaginam ser
Nossas, rosas esquecidas secas e embebecidas de sangue impuro.
Mariposas sobrevoam os paraísos artificiais que as mentiras escondem
Lembrando de cada gesto de humanidade introvertida,
E na aversão de cada culpa julgam meus zumbidos que um dia
Foram vozes cegas, olham minha boca aberta capturando as moscas que dela se esgota.
Bebendo de minha própria saliva, então retrocedo
A cada bocejo que me tira o sono,
Sonho então desfalecer no tempo em que não tenho mais,
Gritando a esmo desfaço tudo que eu não disse, desapareço neste ponto final.
Meu esconderijo dentro deste silêncio é minha maior obra,
A mais significativa de minhas desvalias,
Nas avessas caras deslavadas
De cultura e ópio.
Entregamos a todos estes senhores
Toda magia de nossas mentiras
Para simplesmente nos calarmos dentro deste feudo,
Nossa casa não é a verdade.
Foi em minha juventude que me enfiaste o punhal
De magnitude calada e sombria triunfando sobre meu corpo,
Desobedecendo as regras desregradas de meu eu morto,
Obcecado pela especie desconhecida deste funeral torto.
A frieza dos dias de agonia não te fazem permanecer,
Entristeceste dentre os descalabros desta desventura,
Aventura‐te então em meu corpo fechado,
Abra‐te então minhas portas amaldiçoadas.
Respirando em orações a musica que mais nos toca,
Não tocarei sequer nesta manha um centímetro de teu corpo,
Neste longínquo presente que nos serve de alimento
Matando‐me de fome nesta cela cerebral onipresente.
Células orvalhadas de cor esverdeada escorrem
Pelas veredas e vinhedos intocáveis,
Capítulos rasgados de minha acéfala cabeça,
Retira‐me desta liberdade aprisionadora por onde corro nu.
Estas trevas que me aconselham não me deixam desabrochar,
Os pés que sobretocam o caos em minha espessa solidão
Não medem nosso amor em que tu veneras esta compaixão,
Entreolham‐se os olhos então de longe mais perto do que podem.
Deusa que me rasga as vestes ensurdeça me com teu grito
Vulcânico, em erupção coordenada acenda‐me, queima‐me os ossos
Agraciando a mortalha em que a navalha toca interrupta
Em golpes precisos na carne, que esfarela na absolvição de meus delírios.
Lirio das manhas que me veste de sangue, escorrendo pelas frestas
Das portas funestas, entreabertas pelo vendaval que me percorre a alma,
Desvia‐me o olhar toca‐me impuro nesta metamorfose vampiresca,
O sangue vibra nas presas, escorre pelos lábios, virgens intocados.
II
Musa das letras putrefatas, porque nunca me obedeceu?
Seguiu para longe, partindo‐me o peito dislexo
Neste mortuário de desilusões e frustrações, permaneci,
Obcecado por te eu sanguinário desferindo golpes na ferida entreaberta.
Dizei‐me que nesta fatal antítese pavorosa
Não existe verdade, somente um punhal afiado e enferrujado,
E por todo lugar que dirijo a palavra não tocais sequer
Sinceramente o local desejado.
Obvio, seria tudo belo se não fosse mentira,
Caminharia por estes vales claros de sol amargurante
No doce descaminho de tua pele cor de neve,
Desbravando os sentidos pelo mundo do desconhecido.
Interruptos seriam os vocábulos,
Persistiria na peste que me cega a boca
Dobrando‐ me a língua na falacia que se esconde
Apedrejando a face da verdade, que deteriora em minhas lagrimas.
Descoordenados rigorosos corvos que passeiam
Pelo céu de chumbo, clareando me as vísceras amontoadas
Pelo chão do despautério que me dizem ser somente calafrios
Nestes dias que a vida nos enche de desenganos.
Amaldiçoados sejam os os cálculos que nos absorvem
Deixando escorrer pelos trilhos de nossa servidão
A ignorância, que transpõe no destino verdade e mentira,
Medo que ignora na alma o vicio etéreo da eternidade.
Morreras calado servindo‐te o caldo da ilusões,
Não atravessaras um dia sem que uma noite te apavore,
E na sequência da vida em que te toma a morte
Te entreolhe, com os olhos de um lobo faminto.
Viveras na vida o incerto pesadelo de não acordaste
Pendurado a corda de tuas confissões obsoletas
Ouvindo o concerto magnifico da partida de tuas emoções
Ensurdecidas pelas crias abstratas do demônio.
III
Deus não te abraçaras abaixo nem acima dos infernos,
A fuligem cegara os olhos cegos, atormentando os anjos
Castrados, que permanecem visíveis navegando pelas almas bandidas,
E no vazio de tua culpa e glória te afogaras na fogueira dos céus.
Diabo, ah! Pobre diabo porque que tanto maldizem de ti?
Mas por que tanto te beijam a boca?
Dormem abraçados todos nus nesta orgia carnavalesca
Sobre o teu corpo belo, esculpido pelas alegorias da morte.
Te comem a carne vadia e impura bebendo na pureza
De teus prazeres magníficos e claramente obscuros.
Ah! Pobre diabo, que tanto nos da o gozo por estes caminhos
Entediantes de Deus, ocultados na face do evangelho dos homens.
Te bebem como esperma doce e fresco,
Extraindo das uvas cálidas das almas outrora noturnas, agora
Distraídas nas manhas de domingo confessando os pecados
Cometidos em teu honroso nome, ah! Pobre diabo.
Na catarse deste estropiado pensamento exaltando a virtude
Na visão turva, embebecida pelo álcool dos espíritos marginais,
Diga me algo, já que deus me parece tão calado,
E na notoriedade desta chama fria aqueça‐me junto a sua couraça.
Enquanto isso no meio do nada, cravo a faca calada
Em minha inocência avassaladora,
Atravesso os cortiços pelas madrugadas, cansado
Dos becos estrábicos entorno a visão para o longe.
Ninguém podia suportar a destreza do meu eu maligno,
E na enfermidade de minha maior introspectiva cura,
Estraçalhei cada paraíso em que fui submetido a suportar,
Amordaçando o meu deus em fúria, secando os lábios virgens.
IV
Não existe alimento no mundo dos deuses,
Isto me parece tão verdadeiro quanto a fome do poeta
Pelas letras amontoadas na mente presa fora deste mundo,
Esquecido pela vida que se espalha através dos vales de concreto.
Não existe morte no mundo dos mortos,
Nada me parece tão explicito quanto a vida que guarda neste sudário
Rasgado, marcado pelos infectos pensamentos de bondade
Tão falsos quanto a vida que nos levam a honrar.
Em nome do Pai do Filho e do Espirito Santo,
Tudo nos força a crer nesta especie de clarividência
Inexistente na pele em que habita o asco pela derrota
Clamando o sangue que escorre diariamente através de uma oração.
Em nome da Virgem Maria,
Prostituta bela e gentil que me deu o prazer mais digno
Masturbando‐me com teu manto de pureza, para todo e sempre,
Agoniza nos altares com a face suja pelo esperma de mil homens.
Levante‐te os joelhos deste chão imundo,
Olhemos devagar estas caricaturas amontoadas
Nas mentes dos humanos amarrados e amordaçados,
Conceda‐te o gozo eterno dos prazeres carnais.
Antes que te apodreças o corpo, leve tua alma a bailar
Por entre os salões das maldições malditas,
Não calar‐me‐ei frente a estas imagens calamitosas
De pureza, clamadas por humanos vadios apodrecidos pelas castas de grife.
Vida que te faça falar, gritar, pular destas montanhas
Para os precipícios da vida, vai forçando, abrindo caminhos
Pelos céus molhados de tua saliva cognitiva,
Afoga‐te no rio das mentiras que te fazem morrer calado.
Responda a si mesmo as perguntas celestiais,
Conceda a ti mesmo cada resposta lhe enfiada goela abaixo
Vomitando a submissão de tua alma nas vadiagens nas escrituras dos homens
Que falam mais do escutam, fazendo‐te surdo como cada um deles são.
V
Sanidade é um grito de loucura silencioso,
Tão ambicioso quanto um rato preso a uma ratoeira,
Seguindo uma especie de dilema transcendental observo
A insanidade colorir minha alma nesta imensidão de vazio.
Nada do que se pode recordar é bendito, no minuto em que
A lagrima sangra no peito podre preso a um diluvio de fumaça
De prazeres iluminados pelos seres de morte e escuridão
Que vivem neste casco agonizando na clemencia descadênciada.
Lobos e raposas entreolham‐se sentindo o cheiro do meu corpo
Caído, entre a esperteza de um coelho malfadado as superstições da vida
Maldita, banhando as vísceras pra fora do corpo com água benta
Demoníaca, afogando as narinas em pó branco de química desconhecida.
Manuscritos perdidos dentro do estomago cheio de suposições
Entopem o intestino na calada desta manha silenciosa,
O único som vem da mente assombrada pela pesquisa que fiz em minha pele
Retalhada, atirada em filetes generosos sobre a mesa.
Juízo perdido, desprendido das palavras outrora esquecidas
Agora lembradas por supostos seres povoadores de mentes perturbadas
Alimentam‐se das frases escritas nas lapides que imaginam ser
Nossas, rosas esquecidas secas e embebecidas de sangue impuro.
Mariposas sobrevoam os paraísos artificiais que as mentiras escondem
Lembrando de cada gesto de humanidade introvertida,
E na aversão de cada culpa julgam meus zumbidos que um dia
Foram vozes cegas, olham minha boca aberta capturando as moscas que dela se esgota.
Bebendo de minha própria saliva, então retrocedo
A cada bocejo que me tira o sono,
Sonho então desfalecer no tempo em que não tenho mais,
Gritando a esmo desfaço tudo que eu não disse, desapareço neste ponto final.