Sim, este
mesmo!
Eu que
fui alma impura,
Repugnante
e incessante,
Eu que
fui linha e carretel,
Eu que
fui arma e bordel.
Eu que me
senti como uma bruxa
Prestes a ser queimada,
Relógio
nas sombra do tempo,
Desloquei
simples mente as partes.
Eu que me
matei diversas vezes,
O devasso
inconsequente,
Conotações
divididas em destroços carnais,
Almas só
existem quando podem.
O poderio
bélico das transformadões em segundos
Distribuindo
tapas e socos na própria face desalinhada
Maquiando
as olheiras das infinitas noites de insonia,
Entupindo
as veias nas melhores das piores intenções.
Segurei
tua arma, apontei para minha própria cabeça,
Engatilhei,
(...)
Atirei!
Nenhum
projetil me acertou.
Banhando
então o corpo em formol
Embalsamo
as tripas celestiais enfermas
Rasgando
cada simbolo doentio que minha alma construí
Transfiguro
a pena para outro corpo em resignação.
Sim,
aquele mesmo!
O menor,
o mais infiel dos seres,
Na
eloquência do abandono
Abandonando
o próprio corpo no buraco estreito dos prazeres.
Aquele
que te sentiu na amargura de cada toque
O gosto
azedo da brusca partida calamitosa,
Acionando
a sirene do adeus
Difundindo
um ser em outro termo.
Aquele
que se sentiu como um Deus
Dos mais
vadios, digno de fazer companhia ao demônio,
Na escala
mais podre e desgraçada do inferno
Substanciando
o carbono, na química do prazer.
Sem
dormir, jazia o cadáver vivo
Na câmara
carnal das especies mumificadas,
Das almas
nas incessantes rotações desqualificadas
Pairando
acima das cabeças arrancadas.
Não
morreria, sequer uma só vez
Para
constatar que apesar de morto,
Ainda
estava vivo,
Encontrando com o próprio corpo morto.
Sim, este
mesmo!
Aquele
infeliz de carne e osso,
Reatando
na impureza do nascer
Desqualificando
a especie que recriara.
Adormecendo
dentro da tumba inóqua
No limiar
de qualquer sentido desfalecido,
Apedreja
a alma que se esconde dentro daquele cadáver,
Esquecido
mas lembrado pelo eu etéreo.
Então na
iniquidade do amanhecer
Banhou se
na cura doentia resgatando o paraíso perdido,
Na
calamidade da escuridão que de tão clara cegava o olhar
Não
viveria mais um segundo sequer para provar que estava errado.
Então!
Balbuciando uma infinidade de vermes e versos
Da língua
fez instrumento de morte,
Cadavérica
era a imagem reproduzida naquela noite,
Acoplado
a uma química substancial provou meio segundo de esperança.
Não
esperou que fosse dita,
Ou dada a
tua sentença,
Condenou
o próprio algoz a perpetuidade
Livremente, antes de qualquer decisão.
Enfim então
o cadáver flutuava,
Naquele
mar de ilusões infinitas, dúbias e diversas,
Flutuava
sobre a água de mares nunca explorados
Imergia
pelo ar nunca antes respirado.
Desconhecendo
partes do que sempre acreditava
Dividiu o
sim pelo não,
Trocando
de pele a todo momento,
Repartindo
os ossos para aquela multidão de roedores insaciáveis.
Sim, eu
mesmo!
Aquele
que nunca pode acreditar,
Sinceramente
na luz da infinita aurora
Orvalhada
e sublime, onde cava se a pureza dos enfermos seres de luz.
Acordando
dentro da tumba
O cadáver
do meu próprio eu, escreve me...
Em linhas
retas e oblíquas o que resta do meu resto,
Atordoando
a escuridão do caixão.
Raspou as
paredes de madeira até que surgissem frestas,
Para no
minimo a alma dali escapar fluir para o sincero devaneio cronico,
Alimentando
se por dias dos próprios vermes , bactérias e pedaços da própria carne
Decomposta, na composição destes versos.
Cavou
metros acima dos estilhaços do tempo
Engolindo
a terra para que não cegasse os olhos,
Seguidamente
de cada grão fétido daquelas camadas interiores,
Realojando
se pouco a pouco.
Cavou
tanto para cima tanto quanto para baixo,
Fez
redemoinhos em alegorias perdidas enquanto escrevia
Nas
camadas que ainda restavam percorrer,
Para
enfim a luz alcançar.
Fez se a
si mesmo um minuto de silencio
Pela
desistência, pensou e repensou,
Parou então de
cavar a esmo,
Em vão
seria tua breve e inesperada chegada.
Parou
novamente e repensou estranhamente
O
objetivo de tanto folego guardado,
Para
aquele dia de vitória,
Afinal!
Venceria eu a morte?
Guardaria
a mim esta decisão?
Pensou
novamente, sem se perguntar mais nada
Somente a
decisão da desistência agora o confortava
Voltou
então pelo mesmo caminho.
Reorganizou
a falta de pensamento,
Cuspiu a
terra engolida,
Tapou
cada fresta mal feita,
E enfim
calou se para quase todo o sempre.
Felizmente
resolvo então ficar por aqui,
Em meio a
podridão dos meu próprios vermes,
Que me
comerão a pele, carne e quem sabe um dia enfim os ossos,
Assistirei
a tudo com calma sem medo.
Afinal de
que nos vale a ira da volta a superfície terrestre,
Senão
simplesmente para ter que voltar a decidir e esperar,
Não
decidirei mais nada!
Somente
assistirei e sentirei cada verme enfermo alimentar se de mim.
Compartilharei
minha carne com quem enfim ama a podridão dos seres terrestres,
Alimentarei
cada ser vivo que por aqui me encontrar
Deus
abençoe estes vermes,
Que enfim, me dizem mais que qualquer outro ser vivo neste universo.
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