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segunda-feira, 27 de maio de 2013

O Estupido

I

Estupido eu seria se me coroasse a tua maneira

Colocando-me sempre a frente um espelho inverso
Das alegrias inertes e das farsas que me causam ânsias
Vômitos matinais,
Ataques de fobia e um pequeno desejo desafinado
Não mais disparo tiros a distancia, afinal.
Nem tudo que vai, volta...

II

Projeteis de barro
Não calam, não matam,
São simplesmente
Ferrões agudos, sem direção,
Alienados os que se dizem não alienar-se
Alienam, calam, isolam e trancam.

III

Dentro deste mundo calmo, negro, póstumo e absurdo
Canto em partes silenciosas um futuro "predestinado"
Onde cada ser humano morrera dentro das vozes que sucumbem
É a vida, esta carnívora assanhada e amedrontada
Armada para matar e sugar a esmo
São as chances que não desejei mais
São minhas vidas que matei la atrás.

IV

Abençoou tua serpente
De língua envenenada
E quando não mais pude ouvir, enxergar, falar
Desgracei-me em pequenos pedaços
Correndo para meu infinito nada, inverti os valores,
Cansei a lamina, negociei minha alma.

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