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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Matei


Poesia é luxo para os desavisados da vida
É escrita para cegos odiada pelos poetas
Poesia é vida morta
É morte em vida
Uma escrita sem sentido
Sinto muito, muito poeta
Eu sinto muito, muito
Alias sinceramente, não sinto
Nada!
Se não sentes pena dos que não tiveram pena
Para os que atravessam os dias tropeçando em letras
Desacreditados em palavras, sobrevoado por gestos mal escritos
Somente digo
É texto sem texto
É letra sem razão
Razão e poder
Os que perdem sangue
Transfusão não agraciada
Para os mares da noite
Em céus iluminados apoderam-se de letras
Códigos e números
Em que almas se perdem se entristecem se esvaem
Poesia que abandona
Poesia que esquece
Poesia que ama
Poesia que odeia
Partindo as nuvens desabando em mentes
Se sinceras
Se mal formuladas
Perdoe-me poeta
Pela vida escrita
Pela calma torturante
Pela ambiguidade mórbida
Perdoe-me poeta, por odiar sua escrita teus sentimentos
Perdoe-me poeta por ter que deixar-te aqui
Para uma vida sem poesia
Para uma poesia em vida
Adeus.

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