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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Dogma


Eu já te vi naquela lama
Antes do bem, eu não pude enxergar
Já me roubaram todo o tempo
Crucificando-me em pensamento
Sacerdotes falsos indignados roubam suas proles
Castrando a alma da musica que apodera-se na cama
Sangue, chão e vida e morte
Ninguém rouba das ruas o que é da lua
Abençoados sejam os homens e os lobos
Que não perguntam, só respondem
Como é a estrada?
O quanto pode custar uma lei?
Como é assistir a um encontro dos condenados?
Os maníacos estão em paz lutando contra a divindade humana
Perdemos a nossa visão final
Nos de a alma dos pássaros de asas quebradas
Prenda-nos a um chão de seda vinho
Vermelho sangue, capas pretas e um rio negro
A noite se perdendo dentro das manhas
Uma a uma, duas ou três
Sangue, velas e preces
Mas nada de tão precioso para perder
Orações de pedra partindo as vidraças das igrejas
Até vender teus ossos para padres e palhaços
De a a eles um corpo
Uma chama
Uma noite
Uma cama
Catástrofe envenenando o réu
Aplausos para o juiz condenado
Acariciando um Deus de barro morto e alienado
Que sangra água e chora sangue
Seguiremos os lobos nas estradas que percorremos seculos atrás
E daqui mil anos ainda estaremos onde a vida morreu
Onde o mar encontrou o céu, onde um espasmo vale tanto quanto ouro
Suspiro, o último.

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