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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Sem Sangue



Cansei deste inferno quero ver pra onde vai o sangue
Abraçar a cura dos mortos sem alma
Que nunca encontram paz na morte em que vivem
Durma em meus braços, toque minha podridão
Abençoe o corpo leproso, lambendo ferida por ferida
Rasgue o bom senso degolado em cada palavra seca de esperança


Cansei deste inferno quero ver até onde vai o céu
Escurecer o leito em que durmo acordando pra não mais voltar
A Lobotomia diária me faz companhia
No avesso da felicidade penduro minha carne pra secar
Canonizando os ventos que desenham fraturas expostas em meus corpos
Amordaço cada um deles, na minha vitrine de vidas desperdiçadas
Tranco, esqueço a chave, deixo sem sangue, sem ração
Destinos traçados pela vingança de um deus doente
Brigam entre eles dentro de mim

Te trouxe uma doença
Ela não tem cura
Então eu dou o que tive de pior
Eles me pagam em palavras 
Escrevem em minha mente com ferro em brasa
Era uma solução sem solução

Cansei deste caminho quero ver por onde a vida morre
Como apaga - la em um destino
Acendo um cigarro no outro
Vejo as nuvens escuras la fora
Não existe mais o que procurar
Eles me pegaram, arrancaram meus olhos
Cortaram meus braços e quebraram tuas pernas
O fogo não queimava o corpo
Fui atirado para longe
Para o único destino encontrado
Enfim, ele já não existe mais





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